À procura de emprego? Estas serão as profissões mais ameaçadas no pós-pandemia.

A pandemia tirou o emprego a milhares de pessoas, um pouco por todo o mundo, e está a mudar o paradigma de trabalho. De acordo com um relatório recentemente publicado pela Glassdoor, algumas atividades podem não retomar no pós-Covid-19. O trabalho de maior risco é o de audiologista.

As ofertas de empregos para os profissionais da saúde em atividades de eleição diminuíram drasticamente. O trabalho de maior risco é o de audiologista (o profissional de saúde autónomo que se especializa na identificação, avaliação/ diagnóstico funcional, tratamento não médico e reabilitação de pessoas com perturbações auditivas e/ ou do equilíbrio), para o qual a listagem de empregos na Glassdoor caíram 70% durante a pandemia.

Angela Shoup, presidente da Academia Americana de Audiologia, diz que teve conhecimento de muitos relatos de profissionais que entraram em licenças longas e de alguns que fecharam os seus consultórios particulares e se aposentaram no início deste ano. Muitos recém-formados à procura de emprego foram informados que as grandes clínicas não estão a fazer contratações, disse, citada pela Forbes.

As ofertas de emprego para as funções de optometristas e fisioterapeutas tiveram um cenário semelhante, registando uma diminuição de 61% e 40%, respetivamente. De acordo com o relatório Workplace Trends 2021, publicado pela Glassdoor, as vagas para assistentes executivos também caíram 55%, as de recursos humanos 37% e as de rececionistas 35%, já que a maioria dos escritórios foram fechados. Empregos para produtores de eventos diminuíram 69% – este é o segundo emprego em maior risco no pós-pandemia, avança o relatório.

Sem surpresa, as vagas para trabalhadores que fornecem serviços pessoais também diminuíram. Os consultores de beleza viram as suas vagas diminuírem em 53% e os motoristas particulares de 51%.

“Esses são os tipos de empregos que a Covid-19 influencia”, diz Andrew Chamberlain, economista-chefe da Glassdoor. “As pessoas não vão voltar para os seus salões de beleza, a fazer cirurgias aos olhos ou ir a eventos presenciais até que o vírus esteja sob controlo”, acrescentou.

Os empregos não essenciais da saúde, eventos e serviços pessoais não desaparecerão completamente após a pandemia, mas certamente demorarão a voltar ao que eram, frisa Chamberlain. No entanto, o responsável considera que algumas atividades podem não retomar mesmo no pós-Covid-19.

Por exemplo, diz Chamberlain, os dias dos assistentes administrativos podem estar contados, já que muitas das suas responsabilidades foram automatizadas. Os embaixadores de marcas -que incentivam e atraem o público para as compras online – também podem vir a sofrer de oferta de emprego, já que os consumidores confiaram completamente no ecommerce durante a pandemia e provavelmente continuarão a comprar online.

Num cenário mais otimistas, as empresas de setores que cresceram durante a pandemia continuam a contratar e provavelmente irão aumentar o seu quadro de funcionários para 2021, destaca Chamberlain.

Empregos em centros de distribuição (como na Amazon), por exemplo, aumentaram 174% em relação ao ano anterior, e trabalhos de enfermeira registaram um aumento de 51% durante a pandemia.

Alguns dos trabalhos considerados de menor risco são aqueles que podem ser executados remotamente, como os serviços de atendimento ao cliente e especialistas de TI.

Num esforço para atrair e reter talentos no futuro, o economista espera que os empregadores e as empresas possam “continuar a evidenciar” as vantagens de trabalhar presencialmente num escritório “A presença física é uma maneira de obter mais criatividade e de as pessoas assumirem um maior compromisso. Depois de um ano de trabalho de casa onde todos se sentem isolados, será uma forma importante de reconstruir a cultura de uma empresa”, conclui.

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