Restaurante em Londres prevê reabrir mas com robôs

Depois de um estudo levado a cabo pela equipa do Tea Terrace, o diretor administrativo do restaurante londrino decidiu que iria reabrir os seus espaços, mas com a ajuda de robôs, para que os clientes sintam mais segurança durante a pandemia.

Um restaurante onde robôs servem chá e bolos provavelmente parece uma cena de filme de ficção científica, mas em breve será uma realidade, em Londres.

O Tea Terrace está a investir em tecnologia, enquanto aguarda o fim do isolamento social no Reino Unido. Todos os bares, pubs, cafés e restaurantes fecharam a 20 de março, no âmbito das medidas para conter a disseminação do Covid-19. Mas, mesmo quando a economia retomar, Ehab Shouly, diretor administrativo que criou o Tea Terrace em 2010 com a sua esposa Rowena, acha que nada será como dantes.

O dono do Tea Terrace juntamente com a sua equipa realizaram uma pesquisa sobre o que os clientes mais temem quando os restaurantes reabrirem. Os resultados mostraram que a maioria estava apreensiva em interagir com os empregados de mesa e de se sentar em mesas muito próximas umas das outras. A última preocupação foi simples de resolver: o Tea Terrace vai dar espaço entre as meses nas quatro unidades que possui – duas em Londres e duas em Surrey. A preocupação de entrar em contato com os funcionários, no entanto, exigia uma solução mais complexa.

Shouly e sua empresa começaram a pesquisar formas de fazer com que os hóspedes se sentissem confortáveis ​​em frequentar o seu estabelecimento e também de garantir a saúde e a segurança de clientes e funcionários. O resultado? Quando o Tea Terrace abrir novamente as portas, haverá empregados robôs. “Estamos a redefinir como os restaurantes vão ser no pós-coronavírus e como poderemos operar dentro do novo normal de distanciamento social, e minimizar o contacto entre funcionários e clientes”, diz Shouly, citado pela Forbes.

O Tea Terrace não é novo na implementação de tecnologia de robôs. O restaurante apresentou um garçon robótica chamada Theresa (em homenagem à ex-primeira-ministra, Theresa May, conhecida como “The Maybot”) na sua filial de Cobham, em Surrey, em julho do ano passado, tornando-se no primeiro restaurante no Reino Unido e na Europa a fazê-lo.

Shouly e a sua equipa decidiram explorar a ideia porque, em Cobham, havia muitas reservas para eventos e comemorações. Atender grandes grupos significava encomendas muito pesadas para os funcionários carregarem, então a empresa apresentou a tecnologia para suportar o peso da carga de trabalho.

A cadeia de salões de chá optou por investir ainda mais em tecnologia, ao se tornar no principal distribuidor da fabricante de Theresa, no Reino Unido e na Europa. A empresa de Shouly criou uma nova divisão comercial para este negócio: “Vemos isto como uma oportunidade crescente”, diz , acrescentando “não apenas com os robôs, mas em termos de analisar todas as tecnologias que estamos a usar e a trazê-las para um público em larga escala.”

Nas últimas quatro semanas, Shouly e a sua equipa analisaram as tecnologias que queriam implementar aquando da reabertura e encontraram fabricantes existentes que já estavam a criar o tipo de equipamento que desejavam. A divisão comercial da empresa estabeleceu uma parceria com esses produtores para desenvolver tecnologia para o Tea Terrace, bem como para quaisquer negócios para os quais a cadeia vende.

A rede de casas de chá quer levar as inovações para o resto da indústria. Quando os restaurantes reabrirem, haverá uma Theresa atualizada, que pode transportar até duas bandejas e um novo robô, que pode transportar quatro bandejas e que será chamado de Captain Tom – em homenagem ao veterano de guerra britânico.

Plano de higienização dos espaços
Quanto a outras medidas de higienização, o Tea Terrace recorrerá a um robô (chamado Winston, em homenagem ao ex-primeiro-ministro Winston Churchill) que usa uma lâmpada de luz ultravioleta pulsada para desinfetar um raio de menos de cinco metros num ciclo de oito minutos. A luz UV destrói o RNA dos vírus e o DNA das bactérias e fungos, matando esses patógenos e impedindo-os de se reproduzirem. Segundo Shouly, Winston pode reduzir em 80% as taxas de infecção e matar 99,9% dos patógenos em cinco minutos, porque a luz UV pulsada é “mil vezes mais forte que LED.”

Todas as quatro unidades do Tea Terrace também terão assentos sanitários e maçanetas autoadesivas – ambas já implementadas no estabelecimento de Cobham desde a sua abertura em dezembro de 2018. “Com estas tecnologias, garantimos que os clientes nunca tocam numa maçaneta de porta contaminada ou se sentem num assento contaminado”, explicou Shouly.

O  Tea Terrace, que servia entre 200 a 300 clientes em qualquer local antes da pandemia, está empenhado em garantir que os clientes se sintam com confiança na limpeza e segurança dos seus restaurantes. O Tea Terrace prevê abrir as suas portas em meados de julho.

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