Start-up madeirense que ajuda hospitais a usar IA em segurança vence Hospital Innovation Challenge

A start-up Opvance venceu a iniciativa Hospital Innovation Challenge com uma solução desenvolvida para o Hospital de Rennes, em França. A sua tecnologia permite aos hospitais explorar de forma segura o valor dos seus dados clínicos e modelos de Inteligência Artificial.

A solução apresentada pela Opvance, empresa sediada na Madeira, para o CHU Rennes, França, é a vencedora da primeira edição do Hospital Innovation Challenge, iniciativa lançada pelo Health Cluster Portugal, no âmbito dos projetos TEF-Health e DigiHealthPT EDIH, em parceria com o Instituto Pedro Nunes (IPN) e o EIT Health Innostars.

O segundo lugar foi atribuído à Bloom, solução proposta pela portuguesa Luz Eclética para o Centre Hospitalier Universitaire Grenoble Alpes (CHU Grenoble), França, e o terceiro lugar coube à solução da Vitruvian Shield, de Aveiro, que deu resposta ao desafio lançado pela ULS São João.

A solução da Opvance, grande vencedora da iniciativa, permite que os hospitais aproveitem de forma segura o valor dos seus dados clínicos e modelos de Inteligência Artificial. Construída com base em princípios de Zero-Trust, garante conformidade e auditabilidade, enquanto disponibiliza informação acionável diretamente junto do doente.

Ao transformar dados complexos em painéis claros e em tempo real, a solução apoia decisões mais seguras e acelera a inovação em saúde. Concebida para funcionar em ambiente on-premise ou em cloud soberana, protege os doentes, dá mais poder aos clínicos e impulsiona a transformação nos cuidados de saúde. O CHU Rennes procurava uma solução técnica para integrar modelos de machine learning.

A Bloom, proposta pela Luz Eclética para o CHU Grenoble, França, pretende dar resposta a necessidades nutricionais em doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). A solução consiste num sistema de alerta baseado em Inteligência Artificial que, a partir de dados clínicos recolhidos rotineiramente (TACs, análises laboratoriais, histórico de peso, variáveis fisiológicas e prescrições nutricionais), seja capaz de prever a diminuição do índice de massa muscular esquelética (SMI) ou a necessidade de nutrição artificial prolongada.

O terceiro lugar coube à solução da Vitruvian Shield, de Aveiro, uma plataforma digital de saúde em modelo SaaS para ensaios clínicos descentralizados, gestão de doenças crónicas e monitorização remota de pacientes, desenvolvida para responder ao desafio da ULS São João, Porto. Esta ULS procurava uma ferramenta de Inteligência Artificial para otimização do processo de doação de órgãos em doentes internados na UCI.

Os vencedores da iniciativa Hospital Innovation Challenge receberão vouchers DigiHealthPT no valor de 2 mil euros para o primeiro lugar, 1.500 euros para o segundo e 500 euros para o terceiro lugar.

Esta iniciativa consistiu na apresentação de soluções inovadoras para responder a desafios reais de âmbito clínico ou administrativo colocados por cinco hospitais europeus parceiros do TEF-Health: a Unidade Local de Saúde de São João, no Porto; a Unidade Local de Saúde de Coimbra; o Grenoble University Hospital, em França; o CHU Rennes, em França; e o Martin University Hospital, na Eslováquia. O objetivo é aproximar os hospitais do ciclo de inovação e alinhar as startups e PMEs com os desafios reais enfrentados por hospitais europeus de referência.

As 23 propostas apresentadas foram avaliadas por um júri composto por representantes dos hospitais que submeteram os desafios, selecionando seis finalistas. As empresas selecionadas tiveram a oportunidade de interagir diretamente com os representantes dos hospitais e, assim, conhecerem melhor o ecossistema europeu de inovação em saúde, durante a Conferência internacional Innovating Health Together (IHT Conference), organizada pelo Health Cluster Portugal, que decorreu no Porto.

 

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