Entrevista/ 5 questões a Guilherme Silveira, cofundador e CEO da Viveel

“Tal como um filho, amar a start-up é regra sine qua non para o seu sucesso”, afirma o cofundador e CEO da Viveel. Guilherme Silveira aceitou o desafio para responder às 5 Questões do Link To Leaders.

Fundada por Guilherme Silveira e Thiago Massena, a Viveel é uma plataforma com soluções de segurança de blockchain, que permite criar contratos inteligentes no-code e à medida, em minutos. Guilherme Silveira, também CEO da start-up, partilha com o Link To Leaders a sua visão de liderança, de inovação e do que que são os erros na vida de uma start-up. O responsável da Vivell acredita “que qualquer negócio é válido, e, quando bem implementado, é uma oportunidade de crescimento para todos”.

O que é para si inovação?
Eu cresci nos anos 90, dos quais, por sinal, tenho muitas saudades. Essa década foi incrível em todos os campos, e o surgimento de tecnologias até então impensáveis, fez qualquer jovem daquele tempo sonhar com Azimov e C Clark. A década que se avizinha já dá o ar da sua graça com a explosão da AI e da VR que, tal como há 30 anos, alcançaram o mundo inteiro a uma velocidade até então desconhecida. Estes solavancos de inovação trazem consigo uma evolução cultural, moral e tecnológica que nos oferecem a todos uma oportunidade única de crescimento.

Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
Uma start-up, pela sua fragilidade e ânsia de crescimento tem muitas semelhanças com um filho. Sendo pai de uma criança pequena, o paralelismo é inevitável e, amiúde, serve de bitola para a tomada de decisão tanto de um lado, como de outro. Tal como um filho, amar a start-up é regra sine qua non para o seu sucesso.
Esse amor dá-nos o sabor amargo da responsabilidade das batalhas mais difíceis, mas também a alegria daqueles dias em que tudo parece estar a nosso favor (como foi exemplo o recém investimento de 150 mil euros pelo Fundo da Demium).

Essa perceção, muito egoísta por natureza, só faz sentido quando partilhada com os intervenientes e por isso na Viveel estimulamos essa proximidade. Mais do que colegas, somos amigos e acreditamos que só com uma patilha genuína a equipa rema toda no mesmo sentido.

Uma ideia que gostava de implementar?
O teleporte! Digo amiúde que serei o seu primeiro cliente. A comunicação no último século acelerou tanto que acredito que em breve teremos a capacidade de teleportar objetos instantaneamente. Essa possibilidade fascina-me e teria imenso gosto em conseguir estar presente nessa implementação.

Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Acredito que qualquer negócio é válido, e, quando bem implementado, é uma oportunidade de crescimento para todos. Mas é indiscutível que existem facilitadores, e a lista é extensa certamente, mas eu gosto de destacar um: a relação com a comunidade, isto é, o quão ligados estamos com a cultura em que a start-up se insere. Tal ligação permite-nos identificar as lacunas na técnica e procurar soluções distintas que acelerem, facilitem e democratizem. Esses foram justamente os aspetos que tornaram a Viveel possível e são, aliás, a génese dos nossos valores.

Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Não cometer erros! Se olharmos até de uma ótica filosófica sobre o que é o erro concluímos que ele não passa de um desvio do que o nosso ego deseja. E, portanto, o erro não existe! Existem circunstâncias que nos dão a oportunidade de escolher um rumo, e depois é a sorte que manda. “Cometer erros” é então inevitável, porque nos expomos ao novo, porque temos preconceitos e desejos, no fundo porque erros são somente uma perceção desinformada do presente. E, no fim de contas, são justamente essas experiências que dão à start-up uma capacidade de adaptação e aprendizagem que a distingue de uma companhia madura.

Comentários

Artigos Relacionados