Opinião
3 características inatas que precisa para sobreviver à montanha-russa do empreendedorismo

Quem se sentir desconfortável com os altos e baixos do empreendedorismo, poderá não estar destinado a ser um empreendedor.
Recentemente, deparei-me com um gráfico interessante que retrata um dia na vida de um empresário. Como se pode imaginar, o gráfico de linhas de pensamentos e emoções era errático, com dados a representar uma série de altos e baixos relacionados com a propriedade da empresa.
Num primeiro momento, ri-me, pois assumi que o gráfico era uma interpretação ligeira das lutas que os empresários normalmente enfrentam – o que imagino que fosse a sua intenção. Depois, percebi que não tinha assim tanta piada, pois é uma representação pontual da assustadora montanha-russa que os proprietários de empresas muitas vezes experienciam diariamente, ou mesmo de hora a hora, enquanto correm e fazem crescer as suas empresas.
O gráfico era essencialmente uma interpretação em ziguezague das vitórias: “Sim, nesta tivemos sucesso!” E das perdas: “Bolas, aqui estragámos tudo!” Para cada afirmação positiva, à reação “uau, está a resultar”, segue-se uma reação negativa inevitável. Isto incluía os chefes que dizem a si próprios quando eles ou a sua empresa ficam aquém das expectativas, coisas como “Vou à falência!” e “Ajuda por favor, isto é o início do fim do meu negócio!” E, talvez a mais flagrante: “O que estou eu a fazer? Sou horrível nisto.”
A verdade é que o empreendedorismo é difícil. Mesmo os melhores líderes empresariais lutam diariamente com dúvidas e frustração. Fazem todo e qualquer tipo de malabarismo com esperança com perícia. Tomam decisões importantes com base em informações que, por vezes, são limitadas. Dão o corpo às balas, talvez falhem, e depois voltam a proteger-se. Sim, o empreendedorismo pode ser extremamente stressante, mas, ao mesmo tempo, pode ser incrivelmente gratificante.
Se não se sentir confortável com ou, pelo menos, disponível à natureza de altos e baixos do empreendedorismo, poderá não estar destinado a ser um empresário. A minha experiência diz-me que a maioria dos empresários de sucesso não tem problemas com a viagem de montanha-russa. Ou, no mínimo, estão habituados a isso.
Eis os motivos.
1.Os empreendedores são otimistas
Independentemente dos momentos de dúvida, os empresários são um grupo otimista. Não são ingénuos, mas sim encarnam o Paradoxo de Stockdale, um conceito criado por Jim Collins que afirma que “devem manter uma fé inabalável de que podem e prevalecerão no final, independentemente das dificuldades, e, ao mesmo tempo, ter a disciplina para enfrentar os factos mais brutais da realidade atual, sejam eles quais forem”.
Embora o otimismo seja frequentemente um traço de personalidade inato, também pode ser alimentado e desenvolvido por aqueles que não o têm de forma inata. Mesmo os pessimistas naturais podem treinar para serem pensadores mais positivos, ao reconhecerem padrões de pensamento negativos, procurando depois ativamente substituí-los por palavras e crenças mais saudáveis.
Se estiver a debater-se com a mentalidade, existem muitos bons livros sobre o desenvolvimento do otimismo como empresário. Sugiro que encontre um que lhe faça sentido.
2. Os empreendedores acreditam naquilo que estão a fazer
Os empreendedores possuem um forte sentido de propósito, para além dos lucros. Enquanto outros podem ficar sobrecarregados com todos os altos e baixos diários de gerir e fazer crescer um negócio bem-sucedido, os empresários têm uma enorme crença na importância da sua missão. Também aceitam prontamente que terão de ultrapassar obstáculos futuros muito substanciais para que a sua visão ganhe vida.
Visão e missão são conceitos vitais para os empresários mais bem-sucedidos. Missão é a definição dos objetivos que um empresário quer atingir e os valores que os levarão até lá. A visão diz respeito à forma como o empresário planeia que a organização tenha impacto na sociedade em geral. Ambos são elementos muito importantes para a forma como os empresários pretendem deixar uma marca positiva e duradoura no mundo. Alguns empresários chamam-lhe legado; outros apenas acham que é a coisa certa a fazer.
3. Os empreendedores aprendem a gerir as suas emoções
Ao contrário do gráfico que referi anteriormente, a maioria dos empresários não exagera na celebração das grandes vitórias ou ao lamentar os inevitáveis contratempos. Apenas compreendem que, tanto as vitórias como as derrotas, fazem parte da viagem para a qual se inscreveram.
Os empresários também valorizam o fracasso, até certo ponto. Embora ninguém goste de perder, a maioria dos empreendedores compreende que cada fracasso os aproxima do sucesso. Isto remonta ao otimismo, mas reflete também a maturidade destes a evitar que as deceções os consumam.
Nunca foi dito que a vida de um empresário é fácil. De facto, está quase inerentemente repleta de altos e baixos. Mas ao abraçar a positividade, o propósito e o equilíbrio, os empresários têm muito mais probabilidades de desfrutar da viagem de montanha-russa para o sucesso.
*TAB – The Alternative Board