Entrevista/ “Ajudamos o empresário a definir o caminho para alcançar a sua visão de sucesso”

Rita Maria Nunes, diretora-geral da TAB Portugal

The Alternative Board (TAB) chegou este mês a Portugal e quer ajudar os empresários nacionais a gerir os seus negócios. Falámos com a diretora-geral da TAB em Portugal sobre o método criado nos Estados Unidos e os objetivos para o mercado português.

Os empresários portugueses contam com numa nova ajuda para gerir os seus negócios, The Alternative Board (TAB) que acaba de chegar a Portugal. Fundado nos Estados Unidos em 1990, por Allen Fishman, o seu método já ajudou mais de 25 mil empresários, em 23 países, ao longo de mais de três décadas de existência.

O conceito é simples: cada grupo (board) da TAB pode ter até dez membros, de áreas de negócio não concorrenciais, que reúnem uma vez por mês e que, com apoio de um facilitador, traçam não só as suas metas, como a forma de as alcançar. Cada empresário reúne também a sós com o facilitador uma vez por mês, para ter acompanhamento personalizado do seu desenvolvimento e caminho a percorrer.

“Mas a subscrição não se esgota na reunião mensal. Ao entrar para a TAB Portugal os membros têm também acompanhamento de business coaching, acesso a um conjunto de importantes ferramentas para a sua gestão estratégica, e ainda a uma rede de network com mais de 5 mil membros na nossa comunidade global”, revelou Rita Maria Nunes, diretora-geral da TAB em Portugal.

O que levou a TAB a escolher Portugal?
Há muitos anos que a The Alternative Board queria expandir para o mercado português e começar a trabalhar também na língua portuguesa. No entanto, para a The Alternative Board International mais importante que o mercado e a expansão, é a pessoa que o lidera, e simplesmente ainda não tinha aparecido a pessoa com o perfil certo. Quando em 2020 iniciamos conversações, bem antes do início da pandemia, percebemos rapidamente que havia um enorme alinhamento de valores e vontades. Entretanto vieram as quarentenas e a pandemia que durou mais tempo do que todos imaginámos ser possível e, por isso, o projeto ficou em stand-by. Em janeiro deste ano achámos que seria o momento certo para iniciar.

Como funciona e a quem se destina?
A The Alternative Board desenvolve há 32 anos conselhos consultivos para empresários. Começou nos EUA, mas neste momento com a chegada a Portugal estamos presentes em 24 países, a grande maioria europeus. Os membros têm a oportunidade de mensalmente se sentarem ao redor de uma mesa com os seus pares, empresários que passam pelos mesmos desafios e oportunidades, com o objetivo de obterem diferentes perspetivas e conselhos para o seu negócio. Estas reuniões são moderadas por um facilitador experiente, certificado para o efeito pela TAB Portugal.

Mas a subscrição não se esgota na reunião mensal. Ao entrar para a TAB Portugal, os membros têm também acompanhamento de business coaching, acesso a um conjunto de importantes ferramentas para a sua gestão estratégica, e ainda a uma rede de network com mais de cinco mil membros na nossa comunidade global.

Quais os objetivos?
A nossa missão enquanto empresa é ajudar empresários a melhorar a sua rentabilidade através de uma metodologia já comprovada em outros mercados, que fará com que consigam alcançar a sua visão pessoal de sucesso.

“É impossível sermos bons empresários em todas as áreas, e todos precisamos de ajuda em algum pormenor”.

Quais os desafios que enfrentam os empresários nos dias de hoje e como é que a TAB pode ajudar?
O maior de todos os desafios é a solidão. Os empresários quando estão muito ligados à gestão da empresa sentem-se absolutamente sozinhos. Têm um contabilista que os ajuda, por vezes um advogado, mas há muito mais que a empresa precisa. Desde recursos humanos, a marketing, otimização de operações, etc. É impossível sermos bons empresários em todas as áreas, e todos precisamos de ajuda em algum pormenor. Por isso é que as grandes empresas têm conselhos de direção, porque por muito eficaz que seja o CEO, não consegue fazer tudo sozinho.

Ter apoio regular, consistente e com know-how do mundo real é infinitamente mais valioso do que um consultor externo que não conhece a empresa, mas acima de tudo não conhece as dores reais do que é ser empresário. Por isso, a TAB tem tanto sucesso nos mercados onde está presente. Servimos de ponte de ligação entre milhares de empresários. O sucesso do modelo fala por si. Ao fim de 90 dias, a TAB devolve na íntegra o investimento dos empresários que, tendo seguido os passos recomendados, não tenham obtido resultados. Até hoje, em 32 anos e mais de 25 mil membros, aconteceu apenas quatro vezes.

O que podem os empresários esperar da vossa proposta?
Uma equipa que estará sempre lado a lado com o empresário para o ajudar a definir o caminho para alcançar a sua visão de sucesso. A visão do empresário é muito importante, porque nem todos temos como objetivo aumentar a faturação da empresa ou a carteira de clientes. Há empresários para quem começar a preparar a reforma ou passar mais tempo com a família são a prioridade. O objetivo não são os números, mas tornar a empresa mais funcional e eficaz. Os números são uma consequência.

Que iniciativas têm previstas para o mercado português?
Neste momento estamos a fazer todas as semanas grupos de demonstração, o que permite aos empresários participar numa simulação de um destes grupos. São versões mais curtas e rápidas do que acontece na realidade, mas igualmente profundas. Todos os participantes têm de assinar um acordo de confidencialidade, como acontece nos TAB Boards reais de membros ativos. O que é falado no grupo, fica no grupo.

Além disso, temos disponível diferentes webinars nos EUA em que os empresários portugueses podem participar e que vamos divulgando nas nossas redes sociais. O objetivo até ao final deste ano é ter estes webinars também em português com especialistas em diferentes áreas e atividades, que permitam aos empresários portugueses conhecer diferentes abordagens na forma de fazer negócios.

“(…) no mesmo board não podem estar sentados empresas que concorram diretamente (…)”

O que é preciso para aderir à TAB Portugal?
Qualquer empresário pode candidatar-se. É feita uma reunião de avaliação por um dos nossos facilitadores que irá avaliar se é vantajoso para o empresário pertencer ao sistema TAB. Nem todos os empresários cumprem os requisitos, mas é uma avaliação que precisa sempre de ser feita por nós.

Depois os membros são alocados por tipos de board. Sabendo que no mesmo board não podem estar sentados empresas que concorram diretamente, é também importante formar boards com base no estágio de cada empresa e empresário. Temos muito cuidado com esta gestão para que todos os que estão sentados na mesa possam tirar o máximo de retorno das reuniões.

Como é feita a seleção dos facilitadores em Portugal?
Os facilitadores podem associar-se à TAB através de dois modelos: Facilitador ou TBO. Facilitador é alguém que é selecionado diretamente pelos nossos escritórios centrais aqui em Portugal e que reporta diretamente a nós. Tem de passar por um processo de formação / certificação da nossa metodologia.

TBO é o acrónimo para TAB Business Owner, que, simplificando, é um modelo de aquisição de um negócio TAB na sua região, sob o modelo de franchising. Licenciamos a possibilidade de poder utilizar a marca, criar boards e ter os seus próprios facilitadores.

“Já temos os primeiros membros, que irão começar as suas reuniões regulares a partir de junho”.

O primeiro board já está constituído?
Já temos os primeiros membros, que irão começar as suas reuniões regulares a partir de junho. Antes de começarem as reuniões, todos os membros passam por um processo de avaliação 360º da empresa, que permite determinar às áreas de foco no trabalho que terão de desenvolver e, dessa forma, ter um maior retorno do que levam até ao grupo para debater.

“(…) não queremos ser uma empresa da capital! Queremos estar ao lado de todos os empresários de Norte a Sul do país”.

Quais os planos para o futuro da TAB em Portugal?
Enquanto diretora, ficaria muito feliz se daqui a cinco anos tivéssemos 25 TBO a trabalhar com empresários de todas as capitais de distrito do país. Apesar de estarmos sediados em Lisboa não queremos ser uma empresa da capital! Queremos estar ao lado de todos os empresários de Norte a Sul do país.

Como vê a TAB Portugal daqui a um ano?
Até ao final do ano queremos ter três TBO com cinco boards ativos. Isso significa que teríamos 40 membros ativos, sem contar com os grupos que eu mesma facilito.

Respostas rápidas:
O maior risco: Ser diretora de operações de um franchising que começou do zero, em 2012, no Brasil.
O maior erro: Ter demorado tanto tempo a “dar o salto” e desenvolver um negócio próprio da envergadura da TAB Portugal.
A maior lição: A maior lição de vida aprendi-a com o meu pai. Aos 45 anos perdeu tudo o que tinha, por circunstâncias que lhe foram alheias, mas conseguiu reerguer-se e criar várias empresas de sucesso. E sempre me disse até falecer: “com dinheiro no bolso todos fazem coisas incríveis, sem dinheiro somente os melhores conseguem aguentar o barco”.
A maior conquista: No universo TAB existem quatro mulheres na liderança de países. Ser a mais jovem de todas e fazê-lo de forma independente (sem sócios, como acontece noutros países) é sem dúvida uma conquista pessoal muito importante.

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