World Happiness Report revela que as pessoas estão mais gentis

Os fatores que contribuem para o bem-estar humano, as classificações de felicidade dos países e a importância de medir a felicidade são alguns dos indicadores em análise no Relatório Mundial da Felicidade 2025.

De acordo com descobertas publicadas no World Happiness Report  2025 – ou Relatório Mundial da Felicidade – a crença na gentileza dos outros está muito mais intimamente ligada à felicidade do que se pensava anteriormente. Segundo o relatório divulgado recentemente, as evidências globais sobre o retorno percebido e real de carteiras perdidas mostram que as pessoas são muito pessimistas sobre a gentileza das suas comunidades em comparação com a realidade. As taxas reais de retorno de carteiras são cerca de duas vezes maiores do que as pessoas esperam.

Acreditar que os outros estão dispostos a devolver uma carteira perdida também é mostrado como um facto de previsão da felicidade da população: as nações nórdicas, mais uma vez, lideram o ranking dos países mais felizes do mundo, e também estão entre os primeiros lugares para o retorno esperado e real de carteiras perdidas.

Fruto de uma parceria entre a Gallup, o Oxford Wellbeing Research Centre, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e o Conselho Editorial do Relatório Mundial da Felicidade, o World Happiness Report avalia o estado atual da felicidade ao redor do mundo e explora como o campo da ciência da felicidade ilumina as diferenças nos níveis de felicidade numa escala global e nacional.

A edição de 2025 foca-se no efeito que o cuidado e a partilha têm na felicidade das pessoas e, todos anos, revela o país mais feliz, um estatuto que a Finlândia lidera pelo oitavo ano consecutivo, com os finlandeses a revelarem uma pontuação média de 7,736 quando solicitados a avaliar as suas vidas.

Aliás, na classificação dos países mais felizes do mundo, o World Happiness Report destaca ainda a Costa Rica (6.º) e o México (10.º) que entram no top 10 pela primeira vez, enquanto as tendências ascendentes contínuas para países como Lituânia (16.º), Eslovénia (19.º) e República Checa (20.º) destacam a convergência dos níveis de felicidade entre a Europa Oriental, Central e Ocidental.

Já os Estados Unidos (24.º) caem para sua posição mais baixa de sempre, enquanto o Reino Unido (23.º) relata a sua menor avaliação média de vida desde o relatório de 2017. Portugal por sua vez, consta na 60.ª posição do Relatório Mundial da Felicidade.

Refira-se que as classificações dos países são baseadas numa média de três anos da avaliação média de cada população sobre sua qualidade de vida. Especialistas interdisciplinares de economia, psicologia, sociologia, entre outros, procuram explicar as variações entre os países ao longo do tempo usando fatores como PIB percapita, expetativa de vida saudável, sensação de liberdade, generosidade e perceções de corrupção, entre outros indicadores.

TOP 10

Nesta 13.ª edição do World Happiness Report, focado no tema “cuidar e compartilhar”, são vários os destaques. Vejamos:

  • Compartilhar refeições com outras pessoas está fortemente ligado ao bem-estar em todas as regiões globais, mas o número de pessoas que jantam sozinhas nos Estados Unidos aumentou 53% nas últimas duas décadas;
  • O tamanho da família está intimamente ligado à felicidade. Quatro a cinco pessoas que vivem juntas desfrutam de maiores níveis de felicidade no México e na Europa, mas muitas pessoas na Europa estão a viver sozinhas.
  • Em 2023, 19% dos jovens adultos em todo o mundo relataram não ter ninguém com quem pudessem contar para apoio social. É um aumento de 39% em comparação a 2006.
  • Mortes por desespero são menos frequentes em países onde os atos benevolentes são mais frequentes.
  • A felicidade em declínio e a confiança social nos EUA e em partes da Europa combinam-se para explicar a ascensão da polarização política e dos votos antissistema.
  • A relação custo-benefício das instituições de caridade varia drasticamente. Algumas instituições de caridade são centenas de vezes melhores em aumentar a felicidade por dólar do que outras.

Estes dados do World Happiness Report sobre avaliações de vida são, recorde-se, a fonte por trás dos rankings anuais de felicidade para países e um recurso para satisfazer o crescente interesse global em priorizar a felicidade – ou bem-estar – na formulação de políticas.

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