Opinião
Superação: o que verdadeiramente significa?

Superação. Uma palavra que carrega em si uma força extraordinária, mas também uma profundidade que muitas vezes escapa à superfície. O que significa, afinal, superar?
É alcançar aquilo que um dia julgámos estar fora do nosso alcance? Ou será criar algo totalmente novo, algo que parecia impossível até ao momento de acontecer? Poderemos acreditar que ambas as situações representam superação? Ou serão conceitos separados, distintos, que não se tocam?
Hoje quero refletir convosco sobre este tema. Percebemos imediatamente que a superação não tem uma definição única. Ela não se encaixa numa caixa pré-definida, pois é um processo profundamente individual e, ainda assim, universal. Para alguns, superar pode significar quebrar barreiras pessoais – correr numa maratona após anos sem nunca terem praticado desporto, aprender uma competência completamente nova após acreditar que já era “tarde demais” ou, ainda, reencontrar alegria depois de um período de escuridão emocional. Nesses casos, a superação é como escalar uma montanha que sempre esteve diante de nós, mas que parecia inatingível.
Por outro lado, superar pode também implicar a criação ou descoberta de algo totalmente novo. Imagine a sensação de desenvolver uma ideia revolucionária, iniciar um projeto que parecia demasiado audacioso ou até reinventar completamente a sua vida, partindo para um lugar ou carreira desconhecida!
Após 35 anos numa carreira de empreendedorismo na indústria da tecnologia, descobri uma nova forma de superação que transformou minha visão do mundo corporativo e da tecnologia. Aprender arte tornou-se não apenas um novo desafio para mim, mas também uma celebração do empoderamento feminino, da resiliência e da força que carregamos nas nossas jornadas. Através da arte, encontrei uma forma de expressar histórias de superação e inspirar outras pessoas, sobretudo mulheres a acreditarem no seu próprio potencial, mesmo diante das adversidades. Este processo de reinvenção é, para mim, prova de que nunca é tarde para aprender, criar e florescer.
Aqui, não se trata de derrubar uma barreira visível, mas de abrir um caminho onde acreditávamos que era impossível existir. É a materialização do desconhecido, de um futuro que parecia inimaginável.
A vida é feita de pequenas epifanias, momentos em que o coração sussurra verdades que a razão ainda não consegue compreender. É preciso coragem para ouvir, e mais ainda para seguir o que nos transforma em quem realmente somos.
Mas será que estas duas formas de superação – alcançar o inantingível e realizar o impossível – estão realmente separadas? A verdade parece ser que ambas se interligam de forma subtil e complementar. Superar uma barreira já conhecida exige coragem, persistência e visão, qualidades que também são fundamentais quando decidimos avançar para um território novo. A essência da superação está, talvez, no confronto com os nossos limites, sejam eles reais ou imaginados.
Superar não é apenas um ato de vitória. É uma jornada que envolve falhas, momentos de hesitação e a necessidade de reconstrução. É quando enfrentamos os nossos medos e incertezas que descobrimos a força para nos tornarmos versões mais completas de nós mesmos. A superação, nesse sentido, nunca é apenas externa – é, sobretudo, interna. É um processo de crescimento, uma prova de que somos capazes de adaptar-nos, mudar, e, mais importante, acreditar novamente!
Assim, a superação tanto pode ser atingir aquilo que julgávamos inatingível como realizar o que antes nos parecia impossível. Uma não invalida a outra, e ambas representam as infinitas capacidades humanas. Quando olhamos para a nossa própria história ou a daqueles que nos inspiram, percebemos que o verdadeiro ato de superação está na resiliência em acreditar que somos capazes de mais. E somos. Sempre seremos.
Boa Leitura !