Spe Futuri, Investidores: a evolução do empreendedorismo de impacto social

Cinco programas de aceleração e capacitação, sete de ignição, cerca de 30 start-ups com sede no local e 48 a participar nos seus programas. Inês Sequeira traça um balanço positivo da Casa do Impacto e defende que a tendência para querer mudar o mundo é, cada vez mais, uma aspiração dos empreendedores. Uma opinião corroborada por Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity.

A diretora da Casa do Impacto, Inês Sequeira, defende no Spe Futuri, Investidores desta semana que os negócios de sucesso têm de incorporar impacto, referindo-se à evolução do conceito de empreendedor social, nomeadamente de há dois anos para cá, e à criação de cada vez mais fundos de capital de risco de impacto, quer em Portugal, quer no mundo.

A Casa do Impacto trabalha a todo o gás para ajudar as suas empresas. Funciona como incubadora, aceleradora, faz avaliação de impacto e tem ainda um fundo de investimento.

Nuno Brito Jorge, cofundador e CEO da GoParity, outro dos convidados desta semana, fala da plataforma de crowdfunding portuguesa que apoia projetos que cumpram os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, do dever de promoverem a literacia financeira e de inclusão, e de como funciona o processo de aceitação de projetos.

Veja o vídeo desta semana:

 

Leia alguns headlines.

Inês Sequeira, Casa do Impacto

“A Casa do Impacto é um Hub de empreendedorismo de impacto, ou seja, temos quatro vertentes: a vertente da incubação; a vertente de aceleração, ou seja, temos programas de capacitação; a vertente de investimento e de avaliação de impacto”.

“Neste momento temos à volta de 30 start-ups incubadas, fora as outras que são investidas pelos nossos programas de investimento, etc. Aquilo que queremos na Casa do Impacto é criar uma One Stop Shot para empreendedores sociais ou de impacto que tenham a vertente social ou ambiental e que de alguma forma estejam a tentar resolver problemas sociais ou ambientais que estão nos ODS da Agenda 2030 das Nações Unidas”.

“Os negócios do presente e de futuro são aqueles que, se quiserem ter sucesso, serão forçados a incorporar o impacto dentro deles e como tal consideramos que, além de sermos uma plataforma para empreendedores, também temos esta vertente de sensibilização para uma agenda de futuro que é a agenda do impacto que consideramos que vai ser fundamental no novo paradigma do futuro”.

“Há dois anos a maioria das pessoas ainda via o empreendedor social com projetos sustentados no voluntariado, na chamada caridade (…). Agora, o que sinto é que os empreendedores de impacto estão cada mais com uma autoestima cada vez maior, ou seja, cada vez mais não têm receio de assumir o que querem, que são como qualquer empreendedor, pessoas que têm ambições e que querem que os seus negócios cresçam e escalem”.

“Nós, enquanto Casa do Impacto, somos um hub que tem por trás uma Santa Casa da Misericórdia. Portanto, a nossa génese é o impacto. Somos um investidor algo atípico. Investimos em impacto (…) Não estamos à caça do lucro, queremos que deem lucro para a sustentabilidade e futuro dos próprios negócios”.

Nuno Brito Jorge, GoParity

“A GoParity dá a qualquer pessoa ou empresa a possibilidade de investir em projetos que estejam alinhados com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e receber juros com isso. Ou seja, ao poder emprestar dinheiro a organizações que queiram começar ou financiar projetos de impacto positivo, depois ao receber juros estamos a ganhar dinheiro e a tornar o mundo um lugar melhor”.

“Ultrapassámos ontem os três milhões de euros de investimento através da plataforma. Já temos mais de 8 mil investidores registados e 55 projetos financiados. E estes projetos no início eram muito ligados às energias renováveis, mas já temos coisas como mobilidade elétrica, economia do mar, moda vegan, turismo sustentável. Trabalhamos com projetos em Portugal, mas também de nove países mundo, como em África, América Latina e Europa.

“Em relação aos investidores, temos vários tipos de personas identificadas. Mas olhando só para as estatísticas e historial, temos um portefólio médio dos nossos investidores que está em quase 2 mil euros por pessoa e depois temos segmentação por idades – a maior fatia é dos 25 aos 35 anos com uma média de investimento mais baixa. Depois temos dos 35 aos 45 que é a segunda maior fatia em termos de número de pessoa e o segundo maior investimento médio. A partir dos 45 anos temos um menor número de pessoas, mas o maior volume de investimento. Temos investidores de 32 países no mundo”.

“Temos um processo de due deligence que dizemos que é dupla due deligence. Um projeto chega até nós de duas formas: ou preenchem um formulário pequenino que está disponível no nosso site para entrar ou por recomendação (…). A partir do momento em que recebemos fazemos uma primeira filtragem, só com base em dados financeiros da empresa em que analisamos o risco da empresa com base de informações de base de dados. Se a empresa tive um risco aceitável, passamos para a próxima fase e fazemos uma proposta de financiamento para aquele projeto e depois a empresa envia-nos os dados técnicos e fazemos a due deligence técnica e pedimos os dados fiscais mais recentes”.

Reveja as conversas anteriores:

António Murta, fundador e CEO da Pathena, e Renato Oliveira, fundador e CEO da eBankit.
João Brazão, CEO da Eureekka e business angel, e João Marques da Silva, CEO da CateringAssiste.
Francisco Horta e Costa, managing director da CBRE, e Ricardo Santos, CEO da start-up Heptasense.
João Arantes e Oliveira, fundador e partner da HCapital Partners, e Nuno Matos Sequeira, diretor da Solzaima.
Tim Vieira, CEO da Bravegeneration, e Pedro Lopes, fundador da Infinitebook.
Luís Manuel, diretor executivo da EDP Innovation, e Carlos Lei Santos, CEO e cofundador da HypeLabs.
António Miguel, fundador e CEO da MAZE, e Guilherme Guerra, fundador e CEO da Rnters.
João Amaro, Managing Partner da Inter-Risco, e Carlos Palhares, CEO da Mecwide.
Pedro Lourenço, administrador da Ideias Glaciares, e Pedro Almeida, fundador e CEO da MindProber.
Alexandre Santos, diretor de investimento na Sonae IM e cofundador da Bright Pixel, e João Aroso, cofundador e CEO da Advertio.
Francisco Ferreira Pinto, partner da Bynd Venture Capital, e Eduardo Freire Rodrigues, cofundador e CEO da UpHill.
Basílio Simões, business angel e fundador da Vega Ventures, e Gustavo Silva, cofundador e CMO da Homeit.
Manuel Tarré, presidente da Gelpeixe, e Nuno Melo, cofundador e sócio da Boost IT.
José Serra, fundador e managing partner da Olisipo Way, e Tocha Serra, Partner & Startup Spotter da Corpfolio.
Stephan Morais, fundador e diretor-geral da Indico Capital Partners, e André Jordão, CEO da Barkyn.
Ricardo Perdigão Henriques, CEO da Hovione Capital, e Nuno Prego Ramos, CEO da CellmAbs.
Pedro Ribeiro Santos, sócio da Armilar Venture Partners, e Jaime Jorge, CEO da Codacy.
Miguel Ribeiro Ferreira, investidor e chairman da Fonte Viva, e João Cortinhas, fundador e CEO da Swonkie.
Cíntia Mano, investidora que está ligada à REDangels e à COREangels Atlantic, e Marcelo Bastos, fundador da start-up Sizebay.
Diamantino Costa, cofundador da Ganexa Capital, e Nuno Almeida, CEO da Nourish Care.
David Malta, Venture Partner do fundo de investimento Vesalius Biocapital, e Daniela Seixas CEO da TonicApp.
Sérgio Rodrigues, presidente da Invicta Angels, e Ivo Marinho, cofundador e CEO da StoresAce.
Alexandre Barbosa, Managing Partner da Faber, e Carlos Silva, cofundador da Seedrs.

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