Opinião
Se não construir a sua marca pessoal alguém o fará!

Num mundo cada vez mais digitalizado, todos temos uma marca. Experimente colocar o seu nome no Google e verifique os resultados. É esta a marca que quer projetar? A imagem que quer que o seu futuro empregador ou cliente tenha de si?
Na realidade não trabalhar a marca pessoal já não é opção. Como referência, 70% dos empregadores usa as redes sociais no seu processo de seleção. Paralelamente, segundo um estudo do Impact Learning Center, 82% dos consumidores têm maior apetência para confiar numa empresa cujo CEO está ativo nas redes sociais.
“Your brand is what people say about you when you’re not in the room.” – Jeff Bezos
Mas como se constrói a marca pessoal?
Na realidade o processo de criação e desenvolvimento da marca pessoal não é muito diferente do desenvolvimento de uma marca comercial:
1 – Perceba o que o torna único
A construção de uma marca pessoal passa por um exercício de self-awareness. O que é que eu tenho que me torna verdadeiramente único? Quais são as minhas competências e características? Em que tipo de projetos tive sucesso? O que é que me motiva? Como é que as equipas com quem trabalhei me vêem?
2 – Defina como quer ser conhecido
Da minha experiência, muitas pessoas desenham a sua marca baseados no passado, não fazendo o exercício de como gostariam que fosse a sua marca no futuro. Pessoalmente considero esta fase crítica, especialmente no caso de pessoas que querem fazer transições de carreira: o gestor que quer mudar de setor, o cientista que se quer tornar empreendedor, o engenheiro que se quer tornar artista. Para se conseguir ter sucesso nestas transições, é fundamental ter-se claro como se quer ser conhecido e estar-se preparado para deixar cair algumas características que nos definiam até hoje.
3 – Construa a sua marca
Construir a marca é um grande investimento em tempo e dinheiro. Prepare-se para dedicar tempo e energia a desenvolver a sua. Vá a eventos, invista em formação, desenvolva o networking e cuide da sua rede. Nunca menospreze o contacto pessoal e o potencial de ser referenciado para um emprego ou negócio.
Ao mesmo tempo invista no desenvolvimento das suas redes sociais, considere ter um blog ou partilhar o seu conhecimento publicamente. Dependendo da marca que definiu para si, existem redes mais e menos relevantes. Definir em quais e como estar é também uma escolha importante. Dito isto, para criar uma marca pessoal tem de ter uma atitude proativa. Se por exemplo, quer ser conhecida por temas ligados a negócio, faz provavelmente sentido ter uma presença ativa no LinkedIn. E ter uma presença ativa no LinkedIn não significa apenas partilhar artigos. Significa ter opinião sobre aquilo que se lê, bem como escrever os seus próprios artigos.
Vale realmente a pena?
“All of us need to understand the importance of branding. We are CEOs of our own companies: Me Inc. To be in business today, our most important job is to be head marketer for the brand called You”. – Tom Peters in Fast Company
Tal como Tom Peters não tenho qualquer dúvida da importância de termos a nossa própria marca. Esta marca está muito para lá das empresas para quem trabalhamos ou das funções que exercemos. Faz parte da forma como queremos ser conhecidos e do legado que queremos deixar.
E se quisermos monetizar este valor vejamos o caso da Oprah Winfrey. A sua marca pessoal vale hoje mais de $2,5 mil milhões, segundo a Forbes. Um outro exemplo inspirador é o de Richard Branson, que cultivou uma imagem pessoal irreverente e desenvolveu negócios milionários em linha com essa irreverência.
Para terminar, gostaria de referir que o desenvolvimento da marca pessoal não se limita a pessoas famosas. Todos podemos desenvolver a nossa. Mas nunca se esqueça que uma marca credível tem que ser autêntica, pelo que é fundamental ser fiel a si próprio e não tentar parecer quem não é!
“The keys to brand success are self-definition, transparency, authenticity and accountability.” – Simon Mainwaring