Reinvenção democrática proposta por Cascais vale prémio mundial da ONU

A City Points, uma aplicação móvel que gere um sistema de participação cívica em Cascais, acaba de conquistar um prémio mundial das Nações Unidas, no World Summitt Awards, em Viena.
Foi na capital mundial da qualidade de vida, Viena, que ontem Miguel Pinto Luz fez de Cascais a capital da reinvenção democrática. O vice-presidente da Câmara de Cascais participou nos World Summitt Awards (braço da ONU para as questões da sociedade de informação), onde, através de um pitch, apresentou aplicação móvel City Points que acabou por ser distinguida com prémio mundial de inovação digital com impacto na sociedade. Pela primeira vez, na história do World Summitt Awards, uma autarquia a receber o mais alto galardão da organização.
Na mesma semana em que o mundo foi abalado por quebras de confiança na relação entre os cidadãos e os gigantes da internet sem controlo democrático, o vice-presidente da Câmara de Cascais propôs um modelo radicalmente novo. “Os cidadãos não confiam nos políticos, não confiam nos partidos e não confiam nem nas instituições nem nas grandes empresas a quem entregam os seus dados. A degradação do ambiente de confiança gera clima de todos contra todos de onde emerge o populismo e o radicalismo” constata Miguel Pinto Luz.
Para o autarca, o que a app de Cascais propõe é, muito simplesmente, dar um passo “pequeno mas na direção certa” de recuperação da confiança dos cidadãos nos seus pares e nos seus servidores públicos. “Esta mão visível opera de forma a que ações que visem o bem do coletivo tenham uma retribuição positiva ao nível individual,” sustenta o vice-presidente da Câmara.
Como é que funciona o City Points?
Em Cascais, por exemplo, uma pessoa que dê sangue, recicle, faça voluntariado ou adote um cão abandonado ganha pontos. Esses pontos são trocados por serviços municipais entre os quais visitas a museus, horas de estacionamento, entradas em concertos ou aulas de natação nas piscinas municipais. A recuperação do engajamento cívico, e da reinvenção democrática através da ideia discriminação positiva, mereceu o aplauso generalizado da ONU.
O vice-presidente da Câmara de Cascais lembra que o percurso de inovação tecnológica feito nos últimos anos teve uma atenção exponencial nas últimas semanas: “Cascais foi caso de estudo no CES, em Las Vegas, no MIPIM, em Cannes e, agora, ganha o grande prémio do WSA. E ainda só estamos a começar.”