E se fosse o seu próximo colega de recursos humanos fosse um robot?

Conheça o caso de uma empresa brasileira que “contratou” um robot para tirar dúvidas aos colaboradores da empresa através do WhatsApp.
Por agora, o medo dos robots roubarem o emprego às pessoas parece não ser fundamentado – até porque já há estudos que enunciam que a inteligência artificial vai criar mais empregos do que destruir. Mas sendo impossível prever os potenciais avanços desta tecnologia, neste momento, o que sabemos é que os robots (físicos e digitais) estão a entrar no mercado de trabalho para facilitar as tarefas dos humanos.
Um exemplo recente desta realidade chama-se Alex, um sistema de inteligência artificial “contratado” pela sucursal brasileira da Pernod Ricard para o departamento de recursos humanos. Apesar de, à primeira vista parecer um cenário futurista, visto que é um robot a gerir pessoas, o único trabalho de Alex consiste em esclarecer as dúvidas mais comuns e simples que, por norma, roubariam tempo precioso aos trabalhadores deste departamento.
Imagine a seguinte situação: sábado à tarde, está na esplanada com amigos a combinar marcar umas férias, mas não sabe quantos dias ainda tem por gozar. Em vez de esperar por segunda-feira, e atrasar os planos, pode simplesmente entrar no WhatsApp e perguntar ao Alex quantos dias de férias ainda pode tirar. Desta forma, poupa tempo aos seus colegas e tem a informação disponível mais rapidamente.
Este robot está acessível em qualquer altura e pode tirar dúvidas sobre as folhas de pagamento, subsídios, despesas, entre muitas outras coisas, aos 450 funcionários desta empresa brasileira. E como é dotado de inteligência artificial, caso surja alguma dúvida a que não consiga esclarecer, os seus programadores podem sempre “alimentar-lhe” a informação necessária para responder aos novos pedidos.
Este “ser” de inteligência artificial – que foi construído a partir do famoso sistema Watson, da IBM – parece não causar problemas aos colegas de recursos humanos, antes pelo contrário. Isabela Camanho, diretora de recursos humanos da Pernod Ricard Brasil, explicou à revista brasileira Exame que “se cada colaborador tirar férias uma vez por ano são 450 dúvidas daquele género a que a equipa de recursos humanos ter de responder. Isso leva tempo, que poderia ser dedicado a fazer atividades que elevem o trabalho a outro patamar, de mais valor e menos operacional”.
O gestor de projetos da Pernod Ricard Brasil, Trajano Leme, explicou ainda à publicação brasileira que os diálogos entre os colaboradores e o robot são mantidos em anonimato. Segundo Leme, a introdução deste sistema de inteligência artificial poupa cerca de 60 horas de trabalho ao departamento de recursos humanos.
Este tipo de iniciativa vai ser cada vez mais comum no mundo empresarial. Por agora, o objetivo é libertar as pessoas de trabalhos repetitivos de forma a poderem concentrar-se em projetos que criem valor à empresa.
Leia ainda a entrevista a Jorge Soares, senior IT Architect na IBM, sobre o sistema Watson.