México: start-ups que participam em aceleradores têm mais hipóteses de conseguir investimento

Colocar uma empresa num programa de aceleração pode fazer toda a diferença. Do ecossistema ao investimento, passando pela experiência, há muito para aprender e beneficiar. Conheça os benefícios de participar num programa de aceleração, de acordo com um estudo que acaba de ser divulgado e que tem como foco a experiência mexicana.

As start-ups que participaram em programas de aceleração estão mais consolidadas e já têm mais tempo existência do que as que não tiveram aceleração. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Compromiso Social Citibanamex e pela The Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) e, que contou com a colaboração da Iniciativa Global de Aprendizaje en Aceleración (GALI) e da Universidade de Emory.

Segundo o estudo “Aceleración en México: por qué los emprendedores participan en múltiples programas”, que teve como objetivo descobrir a importância dos aceleradores e a motivação dos empreendedores mexicanos em participar nestes programas, 31% das empresas mexicanas que solicitaram a entrada num programa de aceleração já tinham participado anteriormente num outro programa semelhante. No que diz respeito aos setores, as start-ups de área financeira e da energia são as que mais apelam aos programas de aceleração de forma recorrente. De destacar também que existe uma percentagem maior de investimento e contratação de funcionários nas start-ups que ingressam num acelerador.

Ainda de acordo com o estudo, citado pelo Entrepreneur, os empreendedores que já tenham participado num programa de aceleração estão mais aptos a atrair investidores para as suas empresas. Além disso, os empresários que repetem programas de aceleração têm muito mais clareza das suas necessidades financeiras. Os benefícios mais esperados ao recorrer a um programa de aceleração são os seguintes em ordem de importância: redes de contatos, mentoria, financiamento direto, competências de negócios, acesso a investidores, exposição e credibilidade, acesso a outros empreendedores. São os homens que mais procuram estes programas.

Os empresários têm claramente definido os seus objetivos ao entrarem num acelerador e como podem beneficiar dessa participação, revela ainda o estudo. No entanto, o impacto desses programas de aceleração pode não ser totalmente maximizado ou integralmente explorado por diferentes razões.

Ana Vanessa González, diretora de Desenvolvimento Social Banamex, comenta que os empreendedores se preocupam muito em criar uma rede de contatos com outras empresas, fundações, fundos de investimento, além de contarem com mentoria especializada e, acima de tudo, acesso a financiamento.  E revela: “O sucesso de um bom processo de aceleração depende do vínculo perfeito entre o empreendedor e a especialidade do acelerador”.

Start-ups que participam em mais do que um programa de aceleração
A start-up Ayok Design, que fabrica móveis ecológicos e sustentáveis a partir de pneus, esteve em dois aceleradores de start-ups, que, de acordo com a fundadora da empresa, Susana Ninio, foram essenciais para o desenvolvimento do conceito de negócio. A experiência nos dois aceleradores – Victoria 147 e BBVA Mommentum – ajudou a empreendedora a apresentar o conceito de mobiliário de forma fácil e rápida, para o seu target e, por conseguinte, a vender o seu produto.

A start-up Emprende Play é outro exemplo da importância dos aceleradores de start-ups no desenvolvimento do negócio das empresas. A empresa mexicana tem como missão reduzir o atraso educacional do país através de três pilares: inovação na aprendizagem, competências futuras e consciencialização socioambiental. A start-up põe em marcha estes três pilares através de experiências de aprendizagem para crianças, pais e educadores.

O empreendedor Jorge Cuenca, fundador da empresa, participou em dois aceleradores: o New Ventures e a Social Venture Exchange Mexico (SVX MX). Cada um dos aceleradores teve papéis diferentes no desenvolvimento da empresa. A New Ventures ajudou a organizar a empresa a identificar problemas e a encontrar soluções. Já o acelerador SVX MX auxiliou a start-up a posicionar-se e a preparar-se para investimentos.

O relatório analisou informações de mais de 2 mil empresas localizadas no México que solicitaram a entrada em programas de aceleração entre 2013 e 2018. O estudo também inclui entrevistas realizadas a representantes dos principais programas de aceleração, assim como um focus group, no qual participaram empresários de diferentes regiões daquele país.

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