Portugal Fintech Report revela que o custo do talento vai aumentar

45% dos fundadores inquiridos no Portugal Fintech Report prevê que o custo do talento registe um aumento na ordem dos 1,5 vezes. A falta de engenheiros e de developers também está em destaque no relatório deste ano.

Foi apresentada ontem a edição de 2022 do Portugal Fintech Report e algumas das conclusões do relatório  promovido pela Portugal Fintech numa parceria com a KPMG, a Visa e a Morais Leitão, sociedade de advogados, permitem traçar o perfil deste ecossistema no mercado nacional.

Nos três verticais com melhor performance em termos percentagem de investimento angariado o destaque vai para Blockchain & Crypto, com 76%, seguido de Empréstimos e Crédito, com 12%, e Regtech & Cibersegurança, com 6%. Em média, diz o relatório, 48% das empresas conseguiram fundos através de investidores internacionais.

É em Lisboa e no Porto que se concentram os maiores hubs fintech das empresas baseadas em Portugal. Fora do país, França, Estados Unidos da América, Reino Unido e Países Baixos são os países que frequentemente servem de base para fintech nacionais.

Refira-se que 11% das novas empresas foram fundadas este ano, contra as 14% fundadas em 2021. Outro dado revelado pelo relatório refere que em média as equipas das fintech são formadas com 45 colaboradores e que o modelo de negócio é maioritariamente (75%) de companhias B2B.

Globalmente, as fintechs portuguesas angariaram mais de mil milhões de euros, valor que exclui as fintech internacionais que operam em Portugal.

Quando questionados sobre se houve melhorias no acesso a investidores, 64% dos fundadores considerou que sim, contra 36% que achou que não. 48% dos inquiridos revela também que são precisos mais de 6 meses para conseguir obter capital.

No que concerne às principais dificuldades de contratações, 74% dos fundadores inquiridos refiram a posição de engenheiro. Em segundo lugar, com 8%, estão as funções de business development e de marketing and sales.

Contratar profissionais com cinco anos de experiência foi citado por 58% dos inquiridos como outra das dificuldades, enquanto 38% referiu as falhas nos perfis mais seniores.

Por sua vez, 59% considera que o número de developers em Portugal não é suficiente, enquanto 45% prevê que o custo do talento aumente 1,5 vezes e 18% eleva essa mesma previsão para 2 vezes mais.

A maior dificuldade para chegar aos investidores são a escala internacional (22%), seguida do país sede (12%). A capacidade de execução (40%), o talento (28%) e a resolução de problemas (18%) foram as principais características positivas que os investidores apontaram às fintech nacionais.

 

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