Portugal captou cerca de 24 milhões de euros para projetos na área do ambiente e da bioeconomia

Joana Mendonça, presidente da ANI.

As 100 entidades portuguesas que se candidataram aos projetos dos Clusters 2 e 6 receberam cerca de 27,7 milhões de euros da Comissão Europeia, divulgou a Agência Nacional de Inovação.

A Comissão Europeia atribuiu 27,7 milhões de euros a 100 entidades portuguesas que se candidataram a concursos do Horizonte Europa destinados a financiar projetos do Cluster 6, bem como do Cluster 2.

Alusivo às áreas de alimentação, bioeconomia, recursos naturais, agricultura e ambiente, o Cluster 6 do programa Horizonte Europa contou, no total, com a participação de 199 propostas, das quais 57 foram aprovadas correspondendo a 2,4% do financiamento disponível, revelou agora a Agência Nacional de Inovação (ANI), que, no âmbito da rede PERIN, acompanha estes programas em Portugal. Uma ressalva ainda para o facto de, das 84 entidades que participam nos projetos aprovados, 15 delas fizeram-no pela primeira vez em programas-quadro europeus de apoio à inovação. Além disso, 38% do financiamento nesta área, ou seja, cerca de 23,9 milhões de euros, foi captado por empresas.

Dois dos projetos financiados estão sob a coordenação de instituições portuguesas. São eles a BioValue, um projeto que visa proteger e aumentar a biodiversidade através de ferramentas de ordenamento do território, de avaliação de impacto ambiental e ainda de instrumentos financeiros e económicos, liderado pela Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação e Desenvolvimento (IST-ID); e o REALM, um projeto liderado pela NECTON – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, que pretende aproveitar as águas de drenagem ricas em nutrientes de explorações sem solo para a produção de microalgas, tratamento da água e ainda a captação de dióxido de carbono.

Já no Cluster 2, relativo às áreas de cultura, criatividade e sociedade inclusiva, o montante atribuído destina-se a nove projetos para os setores da cultura, educação e democracia com participação de 16 entidades nacionais.

O Coliseu do Porto, o Fórum Dança-Associação Cultural, o FITEI-Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica e a Medidata.net-Sistemas de Informação para Autarquias, estrearam-se na captação de financiamento neste programa-quadro europeu de I&I.

Um dos projetos, o In Situ, é coordenado por uma entidade nacional, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Trata-se de um projeto que irá estudar as práticas, capacidades e potencial inovador das indústrias culturais e criativas em zonas não urbanas.

No total, foram submetidas a este Cluster 152 propostas com participação nacional, das quais 16 foram selecionadas para financiamento, correspondendo a cerca de 2,4 % do financiamento global disponível.

Joana Mendonça, presidente da ANI, lembrou que estes resultados “vêm consolidar o bom desempenho nacional nos programas-quadro europeus”. Congratulou-se pelo facto das empresas portuguesas captarem cerca de 40% do financiamento nacional em ambiente e biotecnologia, “o que é um resultado expressivo da dinâmica empresarial crescente neste tipo de instrumentos. No caso da cultura, educação e democracia verificamos que a taxa de financiamento neste primeiro ano do Horizonte Europa é, para já, o triplo da alcançada no primeiro ano do Horizonte 2020 (anterior programa-quadro)”.

A presidente da ANI salientou ainda “a existência de três laboratórios colaborativos (CoLABOR, Associação Oceano Verde e o Sustainable and Smart Aquaculture) na lista das entidades que captam financiamento, o que demonstra que estão ativos na captação de financiamento para os projetos que desenvolvem”.

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