Plataforma Portugal Agora lança Manifesto para as Migrações

Um modelo de “via verde” para empresas empregadoras de migrantes ou estabelecimento de um observatório com foco nas necessidades de recursos humanos são algumas das propostas apresentadas.
A plataforma Portugal Agora lançou o seu Manifesto para um Portugal Acolhedor e Integrador. Este documento é o resultado do trabalho dos últimos meses, em que a plataforma se focou no tema das novas migrações e atracção de talento – e que incluiu uma reunião do seu conselho consultivo, a auscultação de especialistas e uma conferência realizada no início deste ano.
Dados recentes apontavam para cerca de 1 milhão de estrangeiros no nosso país em 2023, o valor mais elevado do Portugal contemporâneo (Relatório de Migração e Asilo, 2024), aponta o documento, que defende políticas públicas integradas (com a participação de outros stakeholders da sociedade civil), “que possam construir os melhores processos de acolhimento, integração e retenção dos vários “segmentos” que nos procuram – sejam refugiados, profissionais/ trabalhadores, estudantes e empreendedores ou freelancers da nova gig economy”.
“Pretende-se, com esta iniciativa, formular soluções para passar da estratégia à ação, com um conjunto de propostas pertinentes para um Portugal atrativo e acolhedor, numa visão de País cada vez mais cosmopolita e tolerante”, explica o Portugal Agora em comunicado.
Segundo Carlos Sezões, presidente da plataforma Portugal Agora, “o resultado que ambicionamos deve ser uma simbiose, entre quem procura uma nova vida, e uma sociedade portuguesa que, à semelhança de outras no continente europeu, enfrenta uma crise demográfica que vai requerer um rejuvenescimento trazido pela imigração”.
O responsável acrescenta que “estamos convictos que países abertos, que atraem migrantes e os integram nas suas sociedades, aproveitando o seu capital de conhecimento diversidade, são invariavelmente mais bem-sucedidos que outros que, com base em medos ou preconceitos, se fecham ao mundo”.
A plataforma propõe estratégias e iniciativas alinhadas com 7 objectivos-chave, nomeadamente: Marca e reputação de Portugal; Simplificar e agilizar processos; Ética, legalidade e segurança; Previsão e gestão do conhecimento; Planeamento da resposta social; Preparação das sociedades de acolhimento e Estabelecimento de uma integração eficaz e sustentável.
Nas propostas apresentadas, incluem-se um modelo de “via verde” para empresas empregadoras de migrantes que tenham boas práticas reconhecidas, o estabelecimento de um observatório com foco nas necessidades de recursos humanos/ talento sectorial, a capacitação dos serviços públicos de front-office com conhecimentos em línguas estrangeiras relevantes (nomeadamente, inglês), a oferta de formação básica em língua portuguesa logo no momento da chegada (independentemente do estatuto legal) ou a agilização de mecanismos e procedimentos de certificação e transposição de habilitações e competências profissionais e académicas.
Para além de uma estratégia para a marca Portugal – e iniciativas que “ativem” a marca para cada segmento de potenciais migrantes.