Opinião

Os desafios e oportunidades do PRR para o crescimento económico no nosso país!

Paulo Doce de Moura, Investment Advisor do Banco Carregosa

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode ser um instrumento fundamental para que, se bem implementado, Portugal desenvolva e reestruture a sua economia nas próximas décadas.

No entanto, esta é uma oportunidade que não está isenta de desafios, sendo crucial uma aplicação eficaz e dentro dos prazos estabelecidos. Este promete ser um dos temas centrais na vida política, económica e empresarial do país nos próximos anos com impacto nas gerações futuras. Importa, por isso, começar desde já a refletir e a debater os desafios deste ambicioso programa e qual a melhor forma de o gerir em benefício das empresas, reconhecidamente o grande motor da economia nacional.

No entanto, Portugal está com um problema estrutural na aplicação dos Fundos que vêm de Bruxelas: são três Programas, todos atrasados.

Primeiro, o Programa PT2020.
Começou em 2014 e está a 4 meses do seu fim. Todavia, ainda falta executar 2,6MM€. A taxa de execução é de 90,2%, quando já devia ser praticamente de 100%. Mesmo que o país não perca fundos, vai gastar tudo à pressa e dessa forma com menos precisão.

Segundo, o PRR.
Novo atraso e substancial. Já passou 36% do tempo de vigência do PRR e só está executado a 15%. Da dotação inicial de 16,6 MM€, só estão gastos 2,6 MM€. E, quando a reprogramação for aprovada, o atraso vai acentuar-se. Tudo isto com um tempo limite para gastar: fim de 2026.

Terceiro, o PT 2030.
Ainda está no seu início. Mas já se notam os atrasos. Ainda sem praticamente um Euro gasto, a comparação deve ser feita pelos concursos abertos. Se compararmos o número de concursos abertos agora, no PT 2030, com o período equivalente do início do PT 2020 (junho de 2016), o atraso já está lá: há 7 anos, em período homólogo, 41% da dotação já estava em concurso (10,5 MM€). Agora, 7 anos depois, só 4% da dotação está em concurso (870 milhões).

Além dos atrasos – já de si um caso sério – temos um outro problema: é que enquanto discutimos os atrasos, não discutimos o essencial: a qualidade dos investimentos que são feitos.

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Paulo Doce de Moura

Paulo Doce de Moura

Paulo Doce de Moura exerce funções no Banco Carregosa e foi diretor do BNP Paribas Personal Finance. Estudou Relações Internacionais-Económicas e Políticas, na Universidade do Minho e Direção Geral de Empresas no Programa Avançado de Gestão para Executivos na Universidade Católica Portuguesa. Foi presidente de Direção da AIESEC (Association Internationale des Étudiants en Sciences Économiques et Commercialles) na Universidade do Minho, Coordenador Distrital Economia, Trabalho e Inovação no Conselho Estratégico Nacional e membro da Assembleia de Freguesia do Lumiar. Escreveu... Ler Mais..

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