ONU avalia impacto socioeconómico da Covid-19

O relatório divulgado pela ONU esta semana alerta para os danos mundiais que a pandemia provocada pela Covid-19 vai causar na sociedade e na economia. A perda de até 25 milhões de empregos é um dos números avançados.

A ONU revelou no início desta semana um relatório que dá conta de algumas das consequências sócioeconómicas mundiais provocadas pelo coronavírus. Além do facto da pandemia estar a roubar vidas e meios de subsistência, como salientou o secretário-geral da organização, António Guterres, o relatório descreve a velocidade e a escala do surto – que já matou mais de 33 mil pessoas e infetou perto de 700 mil em 204 países e territórios – e as perturbações sociais e económicas que vai causar nos próximos tempos.

Em destaque estão os dados avançados por várias agências da ONU nas últimas semanas e que apontam que entre 5 a 25 milhões de empregos podem ser perdidos, com um custo estimado entre 860 bilhões e 3,4 triliões de dólares.  Por outro, o relatório refere ainda que “os fluxos globais de investimento direto estrangeiro podem cair de 30% a 40%, e que as chegadas internacionais devem ser reduzidas entre 20% a 30% e que cerca de 1,5 biliões de estudantes estão fora da escola”.

Também esta semana o Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou que o mundo entrou numa recessão igual ou pior à de 2009. O relatório pede uma resposta multilateral que represente pelo menos 10% do Produto Interno Global, PIB. O documento divulgado pela ONU frisa que se os países tomarem as decisões corretas, a crise da “#COVID19 pode marcar o início de um novo tipo de cooperação global e social”.

O secretário-geral da ONU lembrou que “esta crise humana exige ação política coordenada, decisiva, inclusiva e inovadora das principais economias do mundo”. Sem esquecer o “apoio financeiro e técnico máximo para as pessoas e países mais pobres e vulneráveis.”

Nesse sentido, a ONU estabeleceu um Fundo de Resposta e Recuperação para apoiar os esforços nos países de baixa e média rendas. A iniciativa deve dar auxílio às iniciativas nacionais e locais consideradas prioritárias, que serão lideradas por coordenadores residentes e equipas nacionais

Por outro lado, o relatório apela ao estabelecimento de uma resposta mundial rápida e robusta no setor da liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS, assim como à necessidade de colaboração científica para encontrar uma vacina e medicamentos eficazes, de acesso universal.

Destaque ainda para a necessidade de “parcerias baseadas na solidariedade que serão a peça central de todo o progresso”. O objetivo das Nações Unidas, espelhado no relatório, continua a ser o desenvolvimento de esforços para que “vidas sejam salvas, meios de subsistência sejam restaurados e a economia global saia fortalecida.”

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