O rosto por trás da Africa Blooms, a plataforma que vende produtos feitos por artesãos em África

Blooming Soyinka criou, em 2018, a Africa Blooms, uma empresa de comércio eletrónico que tem como missão dar a conhecer produtos feitos por artesãos em África. A nigeriana explica como o MBA a ajudou a melhorar a sua visão de negócio.

Quando trabalhava em finanças globais e contabilidade na Nigéria e nos EUA, Blooming Soyinka ganhou uma nova perspetiva sobre negócios internacionais que a fez pensar em como poderia dar a conhecer ao mundo os produtos exclusivos da sua terra natal: a Nigéria.

“Vi um grande potencial para mostrar o imenso talento que temos em África e conectar consumidores globais com os tesouros que os nossos artesãos e designers produzem”, começou por explicar ao Entrepreneur, referindo que “era por isso que queria fazer o meu MBA. Eu queria ganhar as ferramentas para transformar a minha visão em algo concreto”.

Blooming Soyinka começou a frequentar o MBA na Sauder School of Business, da University of British Columbia, em 2014, e na altura já tinha uma ideia clara para o negócio que queria lançar – um “Walmart para produtos africanos” a que veio dar o nome de Africa Blooms. “Pensei que ia ter uma megastore, em diferentes localizações e vender produtos de inúmeros países africanos”, lembrou. Na altura, vendia produtos africanos em pequena escala, nomeadamente em festivais e igrejas, mas queria expandir o negócio.

“Descobri [com o MBA] que havia maneiras de fazer negócios diferentes dos que eu estava habituada e fui capaz de adotar novas práticas”, revelou.

Segundo a nigeriana, as aulas de marketing permitiram-lhe avaliar como é que o seu negócio é entendido pelos clientes:  “Quando comecei, pensei: ‘é isso que eu quero fazer. É isso que eu quero vender no mercado’”, contou Soyinka. “As aulas de marketing permitiram-me perceber que o importante é dar aos consumidores o que eles querem, como querem e quando querem. Isso foi um grande ponto de viragem para mim”, acrescentou.

Outra das componentes que destaca na sua formação empresarial prende-se com os projetos em grupo, como case studies em cadeiras de estratégia que a ajudaram a ver como colegas de outras origens e com outras perspetivas resolveriam os mesmos problemas, mas de forma diferente. “As interações entre os meus colegas foram muito, muito úteis”, afirmou, referindo que “eu posso ter uma ideia de como quero gerir um negócio, mas as outras pessoas podem ver a mesma coisa numa perspetiva completamente diferente”.

“Não é necessário ter uma loja física ou estar presente em várias localizações. É possível operar apenas com a Internet”, referiu. No início, Soyinka testou as vendas através de plataformas terceirizadas, como a Amazon e a Etsy, antes de lançar o seu próprio site, em 2018. No Africa Blooms, website de comércio eletrónico, comercializa produtos africanos, como roupas tradicionais de casamento, calçados, produtos de decoração e tecidos.

Soyinka chegou também à conclusão que fazia uma microgestão dos seus fornecedores, ao se envolver em assuntos como o fornecimento de materiais e que os seus pontos fortes estavam em gerir o seu próprio negócio e não o dos seus parceiros.

Atualmente, vive em Vancouver e projeta a Africa Blooms como uma cadeia de lojas internacionais, onde se pode encontrar desde utensílios domésticos a roupas, tudo produzido em África.

“As coisas estão a acontecer rapidamente e a nossa capacidade de escalar depende completamente do que aprendi no MBA”, contou. “No final de contas, o negócio vai criar empregos em África e fazer uma diferença real na vida das pessoas”, concluiu a nigeriana.

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