Opinião
Não foram as start-ups que me ensinaram resiliência. Foram os campos de batalha.

Não foi em teoria, foi em sangue, suor e silêncio. Lama nas botas. Olhos sempre abertos. Missão sempre ligada. Dormir era um luxo. Desistir? Nunca foi opção.
Antes de alguma vez criar uma start-up, servi em Operações na Marinha de Guerra Portuguesa durante sete anos. Carregava mais do que uma mochila, carregava responsabilidade, lealdade e o peso de cada decisão. Em solo estrangeiro, não há segundas oportunidades. Há ordens. Há caos. Há momentos críticos em que falhar não é opção. E nesses momentos, há qualquer coisa dentro de ti que ou parte… ou se torna inquebrável.
Não foi só a Marinha que me moldou. Foi lá que fui forjado.
- Dormi em silêncio tão frio que gelava até ao osso, só para me levantar de madrugada porque a missão não quer saber dos teus sentimentos.
- Cumpri ordens que nem sempre compreendi totalmente, porque a confiança e a disciplina são mais fortes do que o ego.
- Encarei situações onde decisões de um segundo mudam uma vida inteira.
- Perdi irmãos, perdi conforto, perdi pedaços de mim. Mas nunca perdi a integridade.
Aquele mundo ensina-te algo que quase ninguém vai aprender:
– Sacrifício não é dor, é propósito.
– Urgência não é stress, é clareza.
– Disciplina não é limitação, é liberdade.
Trouxe essa mentalidade para as start-ups.
Não porque fica bem nas redes sociais. Mas porque é real.
Quando construo um produto, não estou para bullshit, nem buzzwords. Quero clareza de missão, execução implacável, honestidade radical e lealdade aos meus valores, sempre.
Não corro atrás de tendências. Movimento-me com intenção.
Não tenho medo de falhar. Já falhei mais do que a maioria alguma vez sonhou.
E não paro quando fica difícil, porque a dor é uma visitante, mas o propósito fica.
Do campo de batalha para a sala de reuniões.
Hoje, já lancei e escalei mais de 14 produtos. Tive exits, fechei empresas, recomecei, voltei a cair e a levantar.
Mas o verdadeiro feito? Nunca comprometi aquilo em que acredito.
Continuo missão em primeiro lugar. Continuo guiado por algo bem mais profundo do que lucro: impacto.
Se já sacrificaste conforto por uma causa, se continuaste quando todos disseram para parar, sei bem o que sentes.
E se estás a construir algo com essa energia, quero ouvir a tua história.
Vamos construir algo que faça a diferença.
Sem desculpas. Sem ego. Só execução.