Marca francesa abre primeiro café-restaurante Joyeux em Portugal para formar deficientes

O primeiro café-restaurante Joyeux em Portugal já abriu portas. O objetivo é promover a empregabilidade e a formação de pessoas com deficiência. Depois de Lisboa, seguir-se-á Cascais no primeiro semestre de 2022.
A Calçada da Estrela nº 26, em Lisboa, acaba de acolher o primeiro café-restaurante Joyeux em Portugal depois de ter sido assinado um acordo entre a Associação Vilacomvida e a Fundação Émeraude Solidaire, para o desenvolvimento do franchising da marca francesa que pretende formar e empregar pessoas com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento.
“Para nós é um grande orgulho e privilégio, mas também uma grande responsabilidade, o desenvolvimento no nosso território da marca solidária e inclusiva JOYEUX, com a qual temos tanto em comum. A nossa missão é mudar o olhar sobre a incapacidade intelectual através do encontro e da partilha, propondo uma oferta de qualidade no âmbito da restauração, permitindo desta forma um contacto mais próximo, regular e positivo com a diferença”, afirma a presidente da Associação Vilacomvida, Filipa Pinto Coelho, em comunicado.
Qualquer pessoa com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento (DID), desde que maior de 18 anos, e com gosto pela área da restauração, pode ser selecionada para fazer parte da equipa Joyeux, receber o seu salário e usufruir, sem custos, da Escola Joyeux – um curso de formação de 2 anos certificado.
“A história dos cafés Joyeux escreve-se a cada dia que passa. É um orgulho para as nossas equipas e para nós próprios ver o nosso conceito desenvolver-se em Portugal. Continuar a nossa missão por um mundo mais inclusivo internacionalmente é, para nós, um sonho, que se vai tornar realidade. Porque não há fronteiras para a inclusão. Juntos, mudemos o olhar sobre a diferença e atuemos em prol da inclusão”, sublinha o fundador do Café Joyeux, Yann Bucaille.
O objetivo da Associação VilacomVida é a criação de 5 a 7 cafés-restaurantes JOYEUX no território português até 2026, permitindo desta forma o emprego a cerca de uma centena de colaboradores. Depois de Lisboa, seguir-se-á Cascais no primeiro semestre de 2022.
Além de Portugal, que é o primeiro país a receber o conceito fora de França, o café Joyeux tem previstas outras aberturas na Europa nos próximos meses, nomeadamente em Bruxelas e Genéve.
Modelo de investimento do café Joyeux
O modelo de investimento para a abertura de cada Café Joyeux em França, e agora também em Portugal, assenta na angariação de fundos feita junto de doadores empresariais e particulares, que apoiam a compra dos equipamentos, obras, decoração e fundo de maneio para os primeiros três a seis meses.
Passado este período, todos os custos decorrentes da operação serão cobertos pelo negócio social e os lucros existentes serão reinvestidos na abertura de mais cafés-restaurantes Joyeux, para assim poderem ser proporcionados mais postos de trabalho. O plano de expansão prevê que com cinco cafés-restaurantes Joyeux abertos será atingida a sustentabilidade do projeto.
Em Portugal, durante a crise pandémica, o número de desempregados com deficiência inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou 10%, registando-se uma forte descida nas contratações. Os números do IEFP e do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) indicam que apenas 17% das pessoas com deficiência têm rendimentos do trabalho. A maioria vive dependente de prestações sociais (65,7%).