Mais de 80% das empresas planeiam contratar nos próximos 12 meses

Mais de metade dos profissionais consideram que as medidas de flexibilidade aplicadas na sua empresa já não são eficazes, segundo o mais recente estudo da Randstad, que aponta uma série de tendências.
56,2% dos inquiridos referem que reter o talento será o maior desafio para as empresas e departamentos de recursos humanos. Porém, também a escassez de talento no que respeita à atração de novos profissionais é apontada como um desafio em larga escala. Esta é uma das principais conclusões do estudo sobre as Tendências de Recursos Humanos 2023-2024, da Randstad.
Segundo o estudo que acaba de ser revelado, 83,9% das empresas planeiam contratar nos próximos 12 meses, sendo que, entre os motivos de contratação está a rotação dos profissionais (26,6%), seguida da intenção de crescimento de negócio (20,7%) e a procura de novas competências e habilidades (15,6%).
A maioria das empresas entrevistadas (60%) considera que, no seu local de trabalho, existe uma notável escassez de talento, isto é, uma dificuldade em encontrar profissionais com as competências adequadas, apontando este fator como responsável para a criação de um impacto negativo sobre variáveis estratégicas como a competitividade, a produtividade e a capacidade de satisfazer as necessidades dos clientes.

Fonte: Tendências de Recursos Humanos 2023-2024, da Randstad.
Ainda de acordo com o estudo, a orientação para os resultados e a capacidade de adaptação revelam-se as competências mais exigidas pelas empresas, com valores de 43,8% e 43,1%, respetivamente. Estas são também as competências que os profissionais consideram que são as mais procuradas. Os conceitos de reskilling e upskilling tornaram-se estratégias essenciais para abordar a escassez de talento.
Além disso, a transformação digital e a inovação tecnológica são os fatores que mais irão marcar o futuro do mercado de trabalho, segundo as respostas das empresas. A Inteligência Artificial surge como um desafio, mas também uma oportunidade para as empresas e profissionais, visto que transformará tarefas e processos.
A análise refere também que os colaboradores priorizam o salário emocional e o reconhecimento das diferenças na sua valorização. Este estudo analisou ainda o valor médio monetário das várias componentes do salário emocional e concluiu que o benefício com maior valor médio subjetivo atribuído por todas as gerações de profissionais foi ter quatro dias de trabalho por semana (167 euros), seguido da sexta-feira à tarde livre (151 euros), do horário flexível (149 euros) e do teletrabalho (139 euros).
A flexibilidade no trabalho mostra-se um fator altamente valorizado pelos profissionais e é um dos benefícios do salário emocional mais procurados. Da mesma forma, as medidas atualmente aplicadas nas empresas ainda não são suficientes para atrair e reter o talento, pois 55% dos profissionais pensam que as medidas aplicadas na sua empresa não são eficazes, ao contrário das empresas, já que 61% consideram que sim.
O teletrabalho é, segundo o estudo, uma das medidas de flexibilidade mais importantes e nos últimos anos transformou-se numa tendência significativa em Portugal. No entanto, 47,4% dos profissionais entrevistados ainda trabalham em empresas que adotam um modelo 100% presencial. Face a estes dados, 44,3% dos profissionais consideram que o ideal seria ter um modelo híbrido e 30% um modelo totalmente flexível.
Um dos fatores mais relevantes na estratégia de atração e retenção do talento é a employee value proposition que deve adaptar-se às circunstâncias dos colaboradores, principalmente num mercado de trabalho altamente competitivo. Os cinco benefícios mais valorizados pelos profissionais são as oportunidades de crescimento, a flexibilidade no trabalho, os aumentos salariais, um bom ambiente de trabalho e o seguro de saúde, enumera o estudo.
Para realizar esta análise, foi feito um inquérito tanto a empresas como a profissionais. “Relativamente à amostra deste estudo, existe uma diversidade setorial, com 6% a 14% de resultados de cada setor. Para além disto, 36% das empresas da amostra têm menos de 50 colaboradores, o que destaca a importância das pequenas e médias empresas no mercado de trabalho nacional”, explica a Randstad.