Lisboa lidera a diversidade em VCs, de acordo com a Invest Europe

O relatório da Invest Europe divulgado esta semana coloca a capital portuguesa na liderança da diversidade em VCs. Além disso tem a maior proporção de mulheres em funções de capital de risco.
O novo relatório da Invest Europe, associação que representa os setores de capital privado, capital de risco e infraestruturas da Europa, bem como os seus investidores, mapeia o panorama de capital de risco na Europa acompanhando a participação das mulheres em fundos de capital de risco e em start-ups. E este ano, as conclusões do “The VC factor: Gender lens editions” são favoráveis ao ecossistema português já que coloca Lisboa na liderança da diversidade em VC. A capital portuguesa tem a maior proporção de mulheres em funções de capital de risco que qualquer centro líder, com 19,4%, contribuindo para que a península ibérica seja uma das regiões mais diversas para a participação de capital de risco.
Globalmente, as mulheres ocuparam cerca de 23% dos cargos de capital de risco europeus e 12,5% dos cargos de investimento de nível senior em 2021. Mais, nesse mesmo ano, cerca de 10,5% dos fundadores e CEO de start-ups eram mulheres.
Entre os 36 principais centros europeus, Bratislava é o que tem maior diversidade de género, com mulheres em 17% das funções iniciais, seguida por Vilnius com 16,3%.
O relatório reflete o crescimento excecional registado pelo capital de risco europeu na última década e identifica um total de 613 centros de inovação ativos entre 2007 e 2021.
A análise da Invest Europe, em colaboração com o European Investment Fund, destaca a concentração de capital de risco europeu, com os dez principais centros – liderados por Londres, Paris, Berlim, Munique e Estocolmo – a representarem 51% do investimento e 69% de capital disponível.
A investigação revela também a interação entre os hubs de capital de risco europeus, com dois terços do volume total de investimento envolvendo empresas e start-ups sediadas em dois hubs diferentes.
Na análise efetuada pelo “The VC factor: Gender lens editions”, apesar da diversidade de género nas empresas de capital de risco e nas start-ups ter melhorado entre 2011 e 2021, fica patente que o ritmo do progresso tem sido lento e que ainda há muito a fazer para alcançar o equilíbrio de género.
Refere o relatório que o progresso das start-ups na Europa de Leste e nas empresas de capital de risco da península ibérica mostra o potencial para partilhar políticas e histórias de sucesso que podem aumentar a influência das mulheres no ecossistema.
Eric de Montgolfier, CEO da Invest Europe, salientou que “os dados e insights trazem uma melhor compreensão da posição atual do VC e podem ajudar a indústria a identificar oportunidades para fortalecer a voz das mulheres. O resultado pode ser um ecossistema de capital de risco mais equilibrado, capaz de apoiar uma economia e uma sociedade europeias ainda mais fortes, melhorando vidas e meios de subsistência, criando empregos altamente qualificados para todos e alimentando o crescimento económico e a competitividade”.
Os dados da Invest Europe destacam o desempenho acelerado dos fundos de capital de risco europeus, que alcançaram retornos de 23,07% ao longo de um horizonte de dez anos até ao final de 2022.