Jovem cabo-verdiano quer criar unidade de transformação de frutas e de produção de vinho

Miguel Montrond quer criar uma infraestrutura com capacidade para produzir sumos de fruta, doces, frutas secas e vinho. O objetivo é dar uma nova vida aos produtos locais, evitando o seu desperdício, e criar mais emprego em Cabo Verde. Procura parceiros e investidores para implementar o projeto.
Miguel Montrond, jovem cabo-verdiano de 27 anos, quer criar uma infraestrutura para produzir sumos de futa, frutas secas e vinhos como espumantes, de forma a dar “uma nova vida” aos produtos da ilha do Fogo, nomeadamente de Chã das Caldeiras, em Cabo Verde.
Segundo Miguel Montrond, licenciado em Engenheira Agrónoma e Socioambiental pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), departamento liderado pelo Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), o projeto é “ambicioso” e irá não só ajudar a evitar o desperdício das frutas, como também irá contribuir para melhorar as condições de vida de centenas de famílias.
“A ideia para este projeto surgiu quando era criança e via tantos produtos a estragarem-se. Deparava-me também com tanta importação de produtos que poderíamos produzir e de melhor qualidade. Ao ver os produtos a serem vendidos muito baratos e ao existir uma perda muito grande por se estragarem, prometi a mim mesmo que um dia iria fazer algo neste setor para evitar esta perda e para dar mais rendimento as famílias!”, conta o engenheiro agrónomo ao Link To Leaders.
A infraestrutura deverá ter capacidade para transformar nos primeiros cinco anos mais de 200 toneladas de frutas e contará com uma área de cerca de 600 metros quadrados, com uma cave subterrânea, onde serão armazenados os barris e onde será feito o engarrafamento e a rotulagem.
“No primeiro andar haverá espaço para todo o processo de moagem de uvas e por gravidade o vinho e o sumo de uva e sumos de outras frutas serão armazenados no rés-do-chão sem utilização de energia. Haverá também uma sala de degustação dos produtos e um restaurante”, descreve o jovem que pondera numa segunda fase estender o projeto aos produtos hortícolas.
“Há uma grande fixação de plantas fruteiras em toda a Bordeira da ilha do Fogo e em outras partes, e a sua transformação é de grande importância”, referiu o jovem de Chã das Caldeiras, lembrando que a unidade terá capacidade de produzir 80 a 100 mil garrafas de vinhos (espumantes, passitos e outros tipos de vinho) e 20 a 30 mil litros de sumos de frutas e ainda mais de uma tonelada de um “mix de frutas secas”.
Para Montrond, o projeto representará um investimento na ordem dos 800 mil euros e a estratégia passará, no futuro, por exportar mais de metade dos produtos para a comunidade emigrada nos EUA, Europa e Região Subsaariana de África.
Reconhecendo que sozinho não consegue tornar o projeto uma realidade, Miguel Montrond procura agora parceiros como empresas ou investidores nacionais ou internacionais, revelou.
Resumo:
Responsável: Miguel Montrond
Área: Agroalimentar
Produto: Frutas e vinho
Mercado: Cabo-verdiano
Necessidade: Parceiros e investidores
Contacto: mlopesmontrond@unibz.it