Já conhece o mais jovem bilionário autodidata do globo?
O americano Austin Russell, que abandonou a faculdade para perseguir o seu sonho, é o novo bilionário mais jovem do mundo. Aos 25 anos, a sua fortuna está avaliada em cerca de 2,4 biliões de dólares (cerca de 1,96 mil milhões de euros), mais do dobro do valor que colocou Kylie Jenner nesta lista de bilionários da Forbes em 2019.
O nome Austin Russell pode não lhe parecer familiar, mas pode ir memorizando. Com apenas 25 anos, o californiano é o novo bilionário mais jovem do mundo graças à sua empresa, Luminar Technologies, focada na criação e comercialização de tecnologia para veículos autónomos. O fundador e CEO da start-up é um dos poucos que conseguiu acumular uma fortuna neste segmento e é o mais jovem bilionário autodidata do globo.
“Tem sido incrivelmente intenso, cansativo… Tudo aquilo por que tivemos de passar todos os dias. E, claro, é super recompensador ter a oportunidade de entrar em bolsa”, declara Austin Russell numa entrevista por vídeo à Forbes americana a partir do seu escritório em Palo Alto, na Califórnia. “Ainda sou relativamente jovem, mas… houve muito sangue, suor e lágrimas. E tive a sorte de conseguir manter um bom retorno”, acrescenta.
No final da primeira semana de dezembro de 2020 as ações da Luminar subiram cerca de 28%, para quase 23 dólares, após a oferta pública de venda (IPO), de acordo com o The Wall Street Journal. Desta forma, o valor de mercado da empresa somava à volta de 7,8 biliões de dólares (6,38 mil milhões de euros). Austin Russel detém 104,7 milhões de ações da start-up (cerca de um terço do seu capital), e que, naquela semana de dezembro, valiam 2,4 biliões de dólares (1,96 mil milhões de euros).
Os seus investidores incluem o bilionário Peter Thiel, cofundador do PayPal, famoso por oferecer bolsas de estudo de 100 mil dólares (82 mil euros) a jovens extraordinários para abandonarem a faculdade e perseguirem os seus sonhos. Foi assim que Austin Russell abriu a empresa, tendo Peter Thiel como conselheiro desde que deixou Stanford, em 2012, para avançar com a Luminar.
Como fez fortuna?
Austin Russell, que consta na lista Forbes 30 Under 30 de 2018, está a aperfeiçoar os sensores Lidar, que ajudam carros autónomos a “ver” o que os rodeia, ao refletir um feixe de laser nos objetos no seu caminho. Trata-se de tecnologia fundamental para veículos autónomos, que conquistou clientes como a Volvo, a Daimler ou a Mobileye (da Intel).
Um relatório da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA estima que a Luminar registe vendas de “apenas” 15 milhões de dólares em 2020 (12 milhões de euros), e que pode gerar pelo menos 1,3 biliões (1,06 mil milhões de euros) até 2026.
Antes de atingir o status de bilionário, Austin Russell já tinha várias realizações dignas de nota. De acordo com o perfil feito pela Forbes, aos dois anos de idade memorizou a tabela periódica. Quando estava no 6º ano ligou uma consola Nintendo DS a um telemóvel depois de os pais o terem proibido de ter uma. Aos 13 anos registou a sua primeira patente: um sistema de reciclagem subterrâneo que coleta água de aspersores, poupando-a para reduzir o desperdício.
Em vez de ir para o secundário, passou a adolescência na Universidade da Califórnia, no Irvine Beckman Laser Institute. Mais tarde foi admitido em Stanford para estudar física, mas desistiu ainda caloiro, depois de ganhar a Thiel Scholarship no valor de 100 mil dólares, fundando a Luminar logo após ter tirado a carta de condução.
Excluindo fortunas herdadas, Austin Russell é uma das poucas pessoas no planeta que ganhou 1 bilião de dólares antes de completar 30 anos.
O futuro do empreendedor e da start-up
O jovem visionário está convencido de que os sensores Lidar, além de serem um grande negócio, têm potencial para salvar vidas – enquanto parte de carros autónomos e como componente de sistemas avançados de assistência à condução que a Volvo e outros fabricantes do setor automóvel estão a utilizar, e que vão surgir no mercado nos próximos dois a três anos.
Quando era adolescente Austin Russel viu que a Velodyne e outras companhias estavam a produzir sensores a laser, tendo chegado à conclusão de que precisavam de os tornar mais acessíveis. “Conseguimos acelerar o processo porque ninguém o tinha feito antes”, observa o jovem bilionário.
Embora seja um verdadeiro nativo digital, o empreendedor não tem conta no Twitter ou no Instagram. No entanto, confessa que aprendeu muito do que sabe na Wikipédia e no YouTube.
Austin Russell pensa no impacto que tem e planeia contribuir para acabar com os acidentes rodoviários. “Quando isto se tornar numa nova tecnologia de segurança automóvel integrada em todos os veículos produzidos globalmente, aí vou considerar que atingimos os objetivos que estabelecemos”, conclui o fundador da Luminar Technologies.