6 motivos que levam as empresas em Silicon Valley a ir às “compras”

Reduzir custos de desenvolvimento tecnológico ou levantar as barreiras de entrada num setor são alguns dos motivos pelos quais as empresas de Silicon Valley vão às compras.

As empresas de tecnologia de Silicon Valley têm avançados laboratórios de desenvolvimento tecnológico, mas, de vez em quando, vão às compras e há seis motivos pelos quais o fazem.

Embora os analistas concordem que existem diversos motivos para que uma empresa adquira outra, Tom Koller, analista de fusões e aquisições da consultora McKinsey, descreve seis motivos pelos quais este tipo de empresas realiza compras por alto preço, quer seja dentro do mesmo setor tecnológico ou noutro em que quer entrar, como no recente caso da compra da cadeia de supermercados Whole Foods por parte da retalhista online Amazon.

O facto da empresa de Jeff Bezos ter decidido desembolsar 13.000 milhões de dólares (cerca de 12.300 milhões de euros) pelo supermercado permitir-lhe-á fortalecer a sua posição no comércio de perecíveis, o que, de acordo com Keller, lhe permitirá reduzir custos a longo prazo.

Estes são os seis motivos estratégicos pelos quais uma empresa realiza uma aquisição, segundo a McKinsey.

1. Adquirir tecnologia e talento a baixo preço

Koller esclarece que este é um dos motivos mais comuns pelos quais se realizam compras ou fusões em tecnologia, pois permite melhorar os produtos ou entrar num novo setor, sem necessidade de investir no seu desenvolvimento.

“Fazem isto porque é um modo rápido de obter tecnologia, mais do que desenvolvê-la por si mesmos. Além disso, evitam o pagamento de patentes, regalias e afastam os desenvolvimentos do alcance dos concorrentes”, esclarece Koller.

Este exemplo aplica-se a casos como o da Amazon e da Whole Foods ou da Intel que comprou a Mobileye, empresa de inteligência para automóveis autónomos, entrando assim no mercado automóvel.

2. Escalar uma capacidade específica da empresa comprada

O relatório da McKinsey explica que, neste caso, a estratégia aplica-se, sobretudo, às grandes compras que implicam infraestrutura, pois ao comprar este tipo de ativos elimina-se o custo de desenvolvimento para criar um novo produto.

Um caso deste tipo de estratégia seria a compra que a Apple fez da empresa de auscultadores Beats em 2014.

3. Absorver bons projetos no seu início e ajudar a desenvolvê-los

Uma das estratégias mais comuns entre empresas e start-ups. Segundo Koller, em alguns casos, a aquisição permite que a pequena empresa se desenvolva e cresça de forma independente, sob o guarda-chuva da outra empresa.

Um exemplo disto é o que fez o Facebook com o Instagram e o Whatsapp; no entanto, noutros casos, absorver estas novas start-ups permite desenvolver melhor os seus produtos, mas não  lhe dá notoriedade, como sucedeu com a start-up de reconhecimento facial Masquerade que o Facebook comprou para fazer frente à Snapchat, em meados de 2016.

4. Eliminar o excesso de concorrência num setor

Este tipo de fusões ou aquisições, segundo Koller, eleva a barreira de entrada num determinado setor e permite que se equilibre a produção.

“Uma maior produção de uma grande empresa já existente mais a produção de novas empresas quase sempre resulta em mais oferta do que procura, pelo que uma aquisição pode equilibrar o mercado”, acrescenta Koller.

5. Massificar a disponibilidade de certos produtos ou tecnologia

O relatório da McKinsey sublinha o facto de que, em tecnologia, muitas start-ups não têm a capacidade de produção ou alcance para levar os seus produtos a grande escala. Uma compra por parte de uma empresa mais consolidada pode ajudar à massificação do produto ou serviço.

Quando o Twitter adquiriu a plataforma de transmissão de vídeo ao vivo Periscope, em 2015, o seu conteúdo apenas tinha algumas centenas de reproduções. Até ao último relatório que o Twitter fez sobre este serviço, em março de 2016, a Periscope contava com 200 milhões de transmissões ao vivo desde a sua compra.

6. Melhorar o desempenho da empresa

O último motivo estratégico para que uma empresa tecnológica adquira outro negócio tem que ver simplesmente com  o melhorar o seu desempenho. Koller adverte que, neste caso, a compra pretende fortalecer áreas débeis das empresas, nomeadamente quando o seu desempenho pode estar em baixo.

Comentários

Artigos Relacionados