Investir em start-ups fintech europeias é a nova moda
As fintech são o novo setor da moda e atraem cada vez mais os investidores de capital de risco.
Os investimentos em empresas de serviços financeiros relacionados com a tecnologia (as fintech) tornaram-se numa moda nos últimos anos nos Estados Unidos e, embora de forma mais moderada, também na Europa. Hoje, as fintech posicionam-se como um dos setores mais atrativos para os investidores de capital de risco.
Segundo afirmam os investidores, os tempos de sobrevalorização e inflação do mercado ficaram para atrás, todos os atores do mercado aprenderam as lições da última crise, da qual ainda ninguém se chegou a recuperar. Mas o surgimento de novos setores e as novas tendências altistas obrigaram os investidores a fixar-se no mercado das fintech.
A anterior crise também promoveu uma maior precaução e trabalho dos cargos executivos das start-ups, visando evitar cometer os mesmos erros que os levaram ao “apocalipse financeiro”. O índice de start-ups falidas tem-se reduzido de forma considerável, facto que incentivou o investimento dos venture capital.
De acordo com Charles Moldow, investidor em Fintech e sócio geral da Foundation Capital, “a Europa não experimentou a euforia nem sofreu a chicotada quando as coisas se tornaram difíceis”.
O setor das Fintech é uma indústria diferente, que inclui as novas start-ups que utilizam tecnologias pioneiras para facilitar os empréstimos online, pagamentos, transferências de dinheiro, seguros e negociação de valores. Nos últimos anos, atraiu a atenção pelo seu potencial para superar os sistemas financeiros tradicionais.
As fintech europeias superam as americanas em crescimento
No primeiro trimestre deste ano, as empresas fintech dos Estados Unidos apoiadas por investidores de capital de risco arrecadaram 1.100 milhões de dólares (986 milhões de euros), uma descida de 8% referente ao trimestre anterior e 39% menos do que no mesmo período do ano anterior, segundo um novo relatório da CB Insights.
As empresas americanas de fintech fecharam um total de 90 acordos de financiamento, 9% menos do que no trimestre anterior e a média de negociações em dólares também caiu.
Entretanto, os investimentos de capital de risco em start-ups de fintech europeias chegaram aos 667 milhões de dólares (598 milhões de euros) durante o primeiro trimestre, com um aumento de 250% com referência ao trimestre anterior e 133% desde o ano anterior.
O número de negociações de financiamento para start-ups de fintech na Europa aumentou 74% e a dimensão do acordo médio aumentou.
Uma confluência de tendências – incluindo o aumento dos bancos digitais, os regulamentos que incentivam as start-ups a experimentar novos produtos financeiros e a popularidade dos pagamentos online – colocaram a Europa no auge das fintech, segundo Matthew Wong, analista sénior da CB Insights.
A desaceleração do investimento em start-ups de fintech nos Estados Unidos também deriva da desaceleração geral em todo o setor empreendedor dos Estados Unidos, já que durante 2014 e 2015 houve uma grande quantidade de investimentos que levou à sobrevalorização. Grande parte da desaceleração do investimento que estamos a ver nos dias de hoje não é mais do que a restauração dos valores reais das empresas (a descida do valor das empresas até ao seu valor teórico, depois de um tempo de euforia financeira que provocou a sobrevalorização).
Ainda assim, as empresas dos Estados Unidos mais “na moda” parece que não têm nenhum problema para arrecadar dinheiro. A SoFi, que oferece vários empréstimos e planos de refinanciamento, arrecadou entre 500 milhões e 4.500 milhões de dólares.
“Fora isso, não vemos muito entusiasmo pelo financiamento em grande escala nos Estados Unidos.”, afirmou Wong.