Investidores estão mais pessimistas para este ano, alerta JPMorgan

A política monetária “hawkish” da Reserva Federal norte-americana (Fed) e a variante Ómicron do SARS-CoV-2 levaram o mercado a adotar posições defensivas, aponta um dos maiores bancos de investimento norte-americanos, o JP Morgan.

Não há razão para temer que a alta que impulsionou as ações dos Estados Unidos para recordes sucessivos em 2021 termine em breve, de acordo com estrategas do JPMorgan, que avançam que mais investidores podem aderir ao movimento em breve.

No entanto, “as condições para uma grande onda vendedora não estão em vigor agora, dado o já baixo posicionamento do investidor, as recompras recordes, os amplificadores sistemáticos limitados e a sazonalidade positiva de janeiro”, escreveram os estrategas liderados por Dubravko Lakos-Bujas, numa nota citada pelo TheStreet.

“Acreditamos que o posicionamento do investidor é muito pessimista – o mercado levou a politica monetária hawkish do banco central e as narrativas pessimistas da Ómicron longe demais”, reforçam.

Apesar do S&P 500 ter subido para outro recorde no final de 2021, a recuperação tem sido cada vez mais impulsionada por um grupo restrito de empresas com grande capitalização de mercado, algo que relembra a bolha de ações de tecnologia na viragem do século, explicam os estrategas.

Com a recuperação económica após a queda provocada pela pandemia, alguns gestores de fundos alertaram que o próximo estágio do ciclo será uma correção, à medida que os bancos centrais e os governos diminuem as políticas de estímulo para controlar o aumento da inflação.

Para os estrategas do JPMorgan, a “extrema dispersão do mercado acionista e a concentração recorde em ações” são indicadores de cautela, não de um “sell off” (uma onda vendedora) iminente. “Os investidores têm tratado as empresas com grande capitalização como portos seguros ou “pseudo-títulos”, escreveram.

No mínimo, o declínio das empresas mais pequenas oferece aos investidores pontos de entrada atrativos para ações que beneficiam da reabertura, como viagens e hospitalidade, bem como energia e ecommerce, à medida que a inflação normaliza e as preocupações com a política monetária “hawkish” do Fed  diminuem, disseram os estrategistas, referindo que “o aumento da concentração não é um indicador confiável para os picos do mercado”.

Além disso, os estrategas garantem que “não esperamos que a Ómicron afete as perspetivas de crescimento de nenhuma forma significativa”. “Em vez disso, é provável que acelere o fim da pandemia, eliminando variantes potencialmente mais letais”, concluíram.

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