200 milhões para apoiar start-ups

Programa “200 M, coinvest with the best” tem por base fundos europeus e implica que o Estado avance o dinheiro. “Mas quem decide a sua aplicação são os investidores internacionais ou nacionais”, disse o primeiro-ministro.

António Costa anunciou hoje a criação de um fundo de 200 milhões de euros para o programa 200M – Co_invest with the best. A criação deste fundo de investimento com dinheiro vindo do Portugal 2020 tem como objetivo apoiar start-ups em regime de coinvestimento com fundos privados.

O Estado põe 200 milhões de euros, mas quem decide a sua aplicação são os investidores internacionais ou nacionais que escolhem as melhores empresas, os melhores projetos, a quem é necessário assegurar ‘venture capital’ [capital de risco] para poderem arrancar e desenvolver a sua atividade”.

António Costa referiu-se ao apoio na sessão de abertura da Venture Summit, precisamente no âmbito da conferência que arrancou esta segunda-feira e que decorre durante esta semana em Lisboa.

“Nem sempre boas ideias veem a luz do dia porque nem sempre encontram o investimento certo para serem realizadas. Resolver a questão do investimento é uma questão crucial. Percebemos que a melhor forma de apoiar o financiamento era coinvestir”, explicou o primeiro-ministro.

O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, justificou a criação do fundo com a aposta no futuro dos jovens, cuja formação resultou do investimento do país nos últimos 20 anos, nas áreas da ciência, tecnologia e infraestruturas.

“Temos hoje a geração mais qualificada de sempre. Esses jovens estão a criar empresas com ambição global. (…) Em paralelo, temos um Portugal 2020 que nos permite ter a maior verba de sempre disponibilizada para capital de risco. O que este fundo anunciado hoje, este instrumento financeiro de 200 milhões permite é coinvestir com esses investidores. Pela primeira vez, estamos a dizer aos investidores que queremos que invistam nas empresas portuguesas e, pela primeira vez, que o Governo quer correr esse risco com eles. Mas estamos a dizer também que são eles que detetam as oportunidades, são eles que vão descobrir as empresas, que vão gerir este dinheiro e nós vamos coinvestir com eles”, sublinha João Vasconcelos.

As candidaturas ao fundo 200M vão ser geridas através dos organismos do Ministério de Economia e estarão abertas até ao fim do ano. Os capitais de risco apresentam as candidaturas e têm de investir 50% do valor. A outra metade vem do Estado.

O 200M vem juntar-se ao programa Semente, que integra o Orçamento do Estado, e que entra em vigor a partir do início do ano. O Semente oferece um benefício fiscal para o jovem investidor — quem investe até 100 mil euros numa empresa pode deduzir esse investimento em sede de IRS.

Comentários

Artigos Relacionados