Entrevista/ “Gostava de ter uma adesão forte de senhoras business angels”

João Trigo da Roza, presidente da APBA

A um dia da Associação Portuguesa de Business Angels realizar a terceira edição do Spring Investment Dinner, onde irá juntar o setor e stakeholders sejam investidores de capital de risco ou académicos, João Trigo da Roza fala ao Link To Leaders dos investimentos realizados pelos membros da associação, do que mais o preocupa e do seu desejo de ver mais mulheres business angels em Portugal.

O investimento realizado em projetos pelos business angels membros da Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) atingiu 5,5 milhões de euros em 2018, valor abaixo dos seis milhões de euros registados em 2017. Para o presidente da APBA, João Trigo da Roza, esta diminuição está relacionada com o facto “de os business angels estarem mais seletivos e exigentes em relação aos projetos e ‘deal flow’ [fluxo de negócios] que foram aparecendo”.

Sobre a relação com o Estado, o presidente da APBA disse em entrevista ao Link To Leaders que funciona através da criação de fundos de coinvestimento com os business angels. Mas que ainda há temas que têm de ser melhorados. E destaca que o programa Semente, lançado pelo Governo para incentivar o investimento em start-ups está orientado para conceder benefícios, em sede de IRS, mas em termos individuais.

O responsável lamentou ainda o facto de os investimentos de coinvestimento feitos pelo Estado terem uma limitação ao nível do território nacional, quando as start-ups têm sempre a ambição da internacionalização.

Quanto investiram os associados da APBA e em quantos projetos em 2018?
Em 2018 investiram cerca de 5,5 milhões de euros – valor abaixo dos seis milhões de euros registados em 2017 – em 21 projetos, o que dá uma média de cerca de 260 mil euros de investimento por projeto. Os business angels estão mais seletivos e exigentes em relação aos projetos e ‘deal flow’ [fluxo de negócios] que foram aparecendo.

“Mas há uma área que se distinguiu este ano e que mostra ser uma tendência e que tem a ver com inteligência artificial. Estamos a falar de inteligência aplicada, ou seja, não são projetos de in science ou de investigação onde há muitas coisas interessantes, mas são projetos já de aplicação às empresas (…)”.

Qual o maior projeto e onde investiram mais?
Não gostava de falar em investimentos concretos, mas em termos gerais há uma série de áreas que estão a gerar tração e que são áreas que já existiam anteriormente como a de software as a service, e tudo o que tem a ver com ecommerce. Mas há uma área que se distinguiu este ano, que mostra uma tendência, e que tem a ver com inteligência artificial. Estamos a falar de inteligência aplicada, ou seja, não são projetos de in science ou de investigação onde há muitas coisas interessantes, mas são projetos já de aplicação às empresas, normalmente para melhorar a sua performance, a sua eficiência, como, por exemplo, substituir funções de call center que agora são feitas, muitas vezes, por outsourcing. Substituir isso por inteligência artificial através de robots seja por chat, por conversa por voz ou por mensagem. Esta foi uma das tendências que notamos no investimento no ano passado.

Alguma área que preveja que se revele este ano?
Acho que este vai ser um ano de continuidade do ano passado e, portanto, não tenho assim nenhum sinal de uma alteração profunda. Há setores que nós sabemos que vão emergir, a questão é quando.

Nomeadamente quais?
Nomeadamente o que tem a ver com o tema dos mares e dos oceanos porque começam a haver algumas oportunidades ligadas à biotecnologia marítima e a outras áreas de exploração dos oceanos. Mas ainda está longe de ser uma tendência. Acredito que tem futuro, a questão é quando é que o futuro chega. É uma área que começa a despertar para este tema dos novos modelos de negócio e, do ponto de vista ambiental e de gestão dos recursos do planeta, o futuro passa muito por aí, por encontrar novas soluções de explorar o potencial dos oceanos e que sejam amigas do ambiente. Começamos  a ver uma ou outra coisa, mas está longe de ser mainstream.

Depois há áreas tradicionais portuguesas que continuam a aparecer e com projetos de muita qualidade. São um ponto a destacar a agricultura de alta tecnologia e também apareceram uns projetos no setor do calçado e têxtil inovadores do ponto de vista tecnológico e de criação e exploração de nichos de mercado de alto valor.

Na sua opinião estas são áreas em que Portugal pode fazer a diferença e apresentar uma proposta de valor até em termos globais?
Sem dúvida, porque Portugal tem indústrias fortes nessa área, tem uma mão de obra e uma tecnologia muito reconhecidas, mas ainda há algum trabalho a fazer do ponto de vista de criar marca, não estar a fazer produtos para marcas de terceiros, e isto é válido para o calçado, para o têxtil para a agricultura… mas nota-se realmente essa vontade de criar novas marcas, a que correspondem também a posicionamentos distintos e é uma vantagem competitiva que Portugal tem. Portanto, é normal que apareçam start-ups se calhar com uma abordagem fora dos negócios tradicionais e inovadoras nessas áreas.

“Junto da ABPA estão agrupados cerca de 15 veíulos de investimento e começamos a ter também associados que são venture capital funds na área do early stage”.

Quantos associados tem atualmente a APBA ?
Mantém o mesmo número de associados, cerca de 150, alguns deles estão agrupados em veículos de investimento. Junto da APBA estão agrupados cerca de 15 veículos de investimento e começamos a ter também associados que são venture capital funds na área do early stage. Alargamos os nossos estatutos de forma a poder incorporar este perfil de associado ou de investidor que até agora em Portugal não existia muito e que agora começa a aparecer.

O que é que estes novos fundos podem ter de importante para o mercado? Que input podem dar?
Estes fundos são, sobretudo, uma profissionalização do investimento, são complementares aos business angels. Portanto, não os vemos como concorrentes, pelo contrário, fazemos muitos coinvestimentos. Já fazíamos e agora fazemos mais com o chamado venture capital. E podem aportar, sobretudo, uma maior profissionalização, portanto num estado mais avançado de investimento e, inclusivamente, dar seguimento aos investimentos de seeds que os business angels fizeram.

Do conjunto de associados que referiu, os 150, podemos agrupá-los por áreas? Há algum grande bloco que esteja focado em alguns setores em particular?
A maior parte destes associados ainda hoje, ou estes veículos, não tem uma especialização e, portanto, são bastante transversais. Isto porque como a economia portuguesa é muito pequena é difícil um associado dizer que só faz, por exemplo, meditech. Mas há associados que começam a investir mais em alguns setores do que noutros, mas não há um grau de super especialização.
Ao nível dos fundos acho que já poderá haver mais essa tendência de se especializarem num setor ou em dois. Faz sentido do ponto de vista da capacidade de investimento e de conhecimento do setor em que estão a investir.

“Outro tema que para nós é muito querido e tem sido um foco importante são as business angels women que há um déficit muito grande porque desses 150 o número de senhoras é muito reduzido e estamos a fazer um trabalho de divulgação das mulheres”.

Em que consiste o programa ESIL (Empowering Early-Stage Investors) e como está a correr?
Está a correr muito bem. É uma iniciativa que tomámos como prioritária porque achamos que há muito trabalho a fazer, a capacitar os investidores e, sobretudo, os de early stage e os business angels, por haver pouca experiência em Portugal.

O programa é feito num contexto europeu de Business Angels Europe, da qual nós somos associados e que é fundação europeia de que também sou vice-presidente. Com o apoio da União Europeia lançou-se este programa do que Portugal faz parte. O que fazemos é identificar áreas de necessidade de desenvolvimento como, por exemplo, fizemos ainda há 15 dias uma sessão muito participada sobre cross border investment, sobre investimento entre países, que é fundamental para Portugal levar as nossas empresas para fora e para que haja investimento cruzado, de forma a que as nossas start-ups também sejam investidas noutros países e seja uma forma de suporte à sua expansão.

Outro tema que para nós é muito querido e tem sido um foco importante são as business angels women onde há um déficit muito grande. Desses 150 [associados] o número de senhoras é muito reduzido e estamos a fazer um trabalho sobretudo de divulgação. Há mulheres empresárias que também gostariam de ser investidoras e que não sabem como hão-de participar. Há uma barreira porque acham que é um mundo um bocado masculino, então estamos a tentar desmistificar isso através de ações muito simples como jantares onde há uma partilha de experiência de mulheres que já estão a investir, e que explicam como funciona, quais são as barreiras que existem. É muito interessante. Fazemos uma série de atividades durante o ano de forma a melhorar o perfil dos nossos investidores e a trazer mais pessoas para esta atividade

Como carateriza a típica mulher portuguesa investidora?
Em Portugal existem mulheres empresárias e algumas de grande sucesso. Transformar isso numa lógica mais investidora é um passo que ainda está para ser dado. Por exemplo, noutros países – seja ocidentais, como é o caso dos Estados Unidos ou Inglaterra, aqui mais próximo, ou mesmo nos orientais como é o caso da China – há mulheres que, e talvez por haver uma gestão de fortunas mais avançada e, seguramente, mais capital, assumem esse papel só de investidoras a partir de determinada altura. Algumas delas são empresárias bem-sucedidas e decidem começar a apostar em projetos de terceiros e a investir. Acho que em Portugal ainda falta um pouco essa evolução de mentalidade, o que não quer dizer que não haja umas honrosas exceções.

Tendo em conta a atuação da APBA na Lusofonia, o que gostaria de ver acontecer ao nível do empreendedorismo no espaço lusófono?
Gostava muito de começar a ver mais empresas em que a sua estratégia fosse ocupar esse espaço lusófono até por proximidade cultural. Há algumas empresas em que os associados da APBA investem, e avançaram, por exemplo, para  o Brasil por ser um grande mercado. Mas isso pode ser muito mais efetivado.
Start-ups portuguesas que tenham ido para Angola ou Moçambique é mais difícil de encontrar, mas ao nível de investimento estamos a tentar mobilizar a lusofonia. Temos uma ótima relação com os business angels no Brasil, e em Moçambique onde estamos a apoiar o lançamento da Associação Moçambicana de Business Angels. Também em Macau fizemos, no ano passado, uma ação de empreendedorismo e de start-ups onde fomos partilhar a nossa experiência, de como, nos últimos 12 anos, se desenvolveu todo o investimento early stage em Portugal.

“Hoje já existem alguns enquadramentos que eu diria que são positivos como é o caso dos fundos geridos pelo IFD, o coinvestimento de 200 milhões que agora já está a funcionar geridos pela PMI Investimentos”.

O que é que neste momento mais o preocupa enquanto presidente da APBA?
Em termos de preocupações acho que hoje a atividade dos business angels e dos investidores em early stage é reconhecida porque os nossos decisores e quem faz as políticas nacionais percebe que para mudar a economia é preciso introduzir novos modelos de empresas, novas abordagens inovadoras, e que os investidores são uma parte fundamental. São críticos em qualquer fase das empresas e nestas ainda mais porque não é só de  dinheiro que estamos a falar. Estamos a falar de apoio estratégico, apoio ao desenvolvimento do negócio, apoio de network nacional e internacional.

Hoje já existem alguns enquadramentos que eu diria que são positivos, como é o caso dos fundos geridos pelo IFD, o caso do coinvestimento de 200 milhões que agora já está a funcionar geridos pela PMI Investimentos. Mas há, às vezes, ainda há muita incoerência a nível das políticas. Dou-lhe um exemplo: o programa Semente, que é um incentivo fiscal aos investidores, não se aplica no caso de nós investirmos através de veículos de investimento, veículos de investimento que, por sua vez, são incentivados pelo Estado em coinvestimento. Portanto, há contradições entre as diversas políticas, talvez por serem feitas por ministérios diferentes, que deveriam ser muito melhoradas.

Um segundo aspeto que também me preocupa é a certificação dos business angels que em tempos era feita pela Associação e que hoje é feita através do IAPMEI. Nós pensamos que no mínimo deveríamos estar envolvidos no processo de certificação em conjunto também com o IAPMEI, porque no fundo somos nós que conhecemos a indústria e sabemos quem é quem na indústria.

Os incentivos do Estado têm sido suficientes? Como avalia o papel que o Estado português tem tido no fomento do investimento?
Há uma diferença em relação ao que existia há 10 anos. É indiscutível! E há uma grande abertura do Estado para nos ouvir. Muitas vezes há incoerências de políticas, nomeadamente dentro da linha fiscal e nos fundos de coinvestimento. Este aspeto poderia ser mais avançado. Dou-lhe um exemplo: em Inglaterra o Enterprise Investment Scheme, o equivalente ao nosso programa Semente, é aplicável a quem investe individualmente ou a quem investe coletivamente através de fundos. Eles já estão numa fase mais avançada. Já têm o Enterprise Investment Scheme para empresas de alta tecnologia, ou seja, estão a segmentar os seus incentivos em função das políticas de estratégia globais do país.

“Dou-lhe o exemplo da Espanha que conseguiu que 10% desse dinheiro seja aplicado em internacionalização”.

Por que continuam a existir hoje em Portugal falta de fundos para apoiar a internacionalização das start-ups?
É uma das nossas preocupações! Eu diria que hoje não há falta de fundos, até já começa a estar bem preenchido o espaço dos fundos, sejam privados ou públicos, para investir em Portugal na área de early stage. O que falta depois é o passo para se ter investimentos para dar apoio ao nível do crescimento internacional. Porquê? Muitos destes fundos vêm de dinheiro privado e outros de coinvestimento de dinheiros públicos e muitos destes dinheiros públicos vêm da União Europeia e são enquadrados pelo programa 2020 no âmbito do desenvolvimento regional. Portanto, têm de ser aplicados em Portugal muitas vezes estritamente em determinadas regiões do país. Ora, isto limita muito as opções. Dou-lhe o exemplo da Espanha que conseguiu que 10% desse dinheiro seja aplicado em internacionalização.

“As empresas portuguesas (…) devem pensar global”.

Há, portanto, um longo caminho a percorrer?
As empresas portuguesas têm de perceber que investir em Portugal é fundamental, mas devem pensar global. Têm de haver incentivos para a aposta internacional.

O valor e o impacto dos business angels é hoje reconhecido no nosso país?
Há um reconhecimento forte da nossa atividade. É óbvio que podia ser ainda maior. Não tenho dúvida que algumas das start-ups, e algumas já caminham para ser os tais unicórnios, não existiriam, pelo menos, com a projeção que começam a ter, se não houvesse alguém que as  tivesse apoiado na fase de early stage. E quem as apoia nesta fase são os business angels e são os venture capitalists de early stage. Este smart money é crítico e hoje já não temos dificuldade de explicar o nosso papel como há 10 anos. Há inclusive eventos como o Web Summit que ajudaram a dar notoriedade ao ecossistema, do qual os business fazem parte.

“A próxima geração de business angels vai ser já um pouco diferente. Serão os empresários de sucesso destas start-ups que um dia vão vendê-las e que se vão transformar em business angels”.

Como define atualmente o típico business angel português?
O típico business angel português é um gestor ou empresário de sucesso que quer dedicar uma parte do seu tempo ou do seu portefólio a apoiar start-ups. A próxima geração de business angels vai ser já um pouco diferente. Serão os empresários de sucesso destas start-ups que um dia vão vendê-las e que se vão transformar em business angels.

Podemos dizer que o nível de desenvolvimento dos business angels em Portugal está “bastante próximo” do da Europa continental?
Eu diria que sim. Se me dissesse incluindo o Reino Unido, responder-lhe-ia que estamos longe! Tanto a nível de conhecimento, capacitação, tipo de investimentos, volume de eventos que fazemos, Portugal deu um passo de gigante e hoje é uma referência na Europa. Eu vejo isto nos fóruns que sigo, como é o caso do Business Angel Europe e do Business Angels Club.

O que mais mudou no panorama de business angels na Europa e em Portugal?
O que mudou foi o reconhecimento do seu papel, tanto a nível local, como a nível europeu. Hoje a União Europeia tem uma série de programas. Sentamo-nos à mesa com as várias direções gerais que têm os pelouros relacionados com o empreendedorismo, investimento e inovação, o que nos dá um reconhecimento muito mais forte. Há uma atitude diferente das instituições que também podem a ajudar a definir enquadramentos que contribuam para desenvolvimento do empreendedorismo.
Outro aspeto, que tem mais a ver com a nossa parte interna, está relacionado com um maior profissionalismo. Quando começámos há mais de 12 anos éramos todos amadores e hoje há grupos de business angels profissionais que têm uma gestão profissional e isto é valido tanto para Portugal como para a Europa.

“Estamos numa nova Era, onde é difícil distinguir limites sobre o que é crowdfunding e business angels, o que é venture capital e o que são aceleradoras”.

Há cada vez uma maior aproximação dos business angels e das plataformas de crowdfunding que têm surgido. Qual é a sua opinião sobre esta “relação”?
É um caminho que se vai fazer em conjunto. Hoje é difícil definir modelos rígidos. Aliás, este é o tema do Spring Investment Dinner que vai decorrer amanhã, no Museu da Eletricidade, em Lisboa. Estamos numa nova Era, onde é difícil distinguir limites sobre o que é crowdfunding e business angels, o que é venture capital e o que são aceleradoras. Há entidades que fazem um pouco de tudo. Cada vez menos há este espartilho e eu vejo-os como muito complementares e colaborativos. Por exemplo, há uma plataforma que se chama SyndicateRoom, foi fundada por um português em Londres, o Gonçalo de Vasconcelos, que ganhou um prémio internacional, e que junta crowdfunding com business angels. Ou seja, identifica start-ups que queiram obter financiamento, mas esse financiamento é liderado por business angels e ao qual se podem juntar pequenos investidores numa lógica de crowdfunding.

A associação portuguesa lançou com a Business Angels Europe (BAE) um clube designado “BAE Club”. O BAE Club já é uma realidade? Qual a sua missão?
Este clube já é uma realidade.Tem encontro regulares, eu diria de dois em dois meses, e começou por se focar nos temas meditech e healthcare. Decidimos começar não transversalmente a todos os setores, porque a Europa é muito grande e há muita diversidade de investimentos. Além disso, os investidores internacionais tendem a ser especializados e devido a várias circunstâncias o clube está a avançar e tem já um conjunto de investidores que ativamente se reúnem, partilham as melhores práticas e procuram projetos, mas focados nestas duas áreas, com o tema do healthcare a sobressair.

O que ainda lhe falta realizar na APBA enquanto presidente?
É uma história que nunca mais acaba. Quero ter a certeza que as futuras gerações assumem a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho realizado.

O que gostava de concretizar até ao final deste ano? Qual seria a sua grande vitória?
Do ponto de vista do enquadramento fiscal dos business angels, gostava que este estivesse coerente com os tais incentivos de coinvestimento. Do ponto vista mais interno, gostava de ter uma adesão forte de senhoras business angels. Os homens funcionam muito mais por compartimentos quer na vida pessoal, quer na profissional. As mulheres têm uma visão mais holística das coisas, conseguem integrar mais as coisas através da intuição o que não tem nada de mal nos negócios. E quando estamos a investir numa start-up não basta só olhar para o modelo financeiro, é preciso ter uma visão mais integrada e eu não tenho dúvida que esta é uma capacidade feminina que faz falta nas nossas decisões de investimento.

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