Opinião

Globalização digital … O futuro!

Paulo Doce de Moura, Investment Advisor do Banco Carregosa

A revolução digital transforma as empresas, as indústrias, os países e os desafios, incita à maior onda de integração global desde a queda do Muro de Berlim.

Como as ondas precedentes da globalização, os resultados de uma integração global são particularmente incertos. As divisões políticas existem. A ameaça do terrorismo global continua. Instituições que unem países podem estar a desmoronar-se e temos como exemplo disso recentemente, o Brexit.

As oportunidades económicas parecem incertas.

No entanto, acredito no poder transformador e positivo daquilo a que chamamos de globalização digital. Mas, isto só poderá acontecer se moldarmos essa globalização em termos de equidade, igualdade e sustentabilidade.

A última onda de globalização na década de 1990 tirou alguns países da pobreza e isso é um facto. Outros países com mão-de-obra barata procuram agora antecipar os benefícios da próxima onda de globalização.

Para prepararmos o amanhã temos de concentrar esforços em algumas prioridades.
Investir no fortalecimento das economias locais e regionais!

Maior integração global não significa que apenas as cidades globais saiam beneficiadas. Devemos construir sistemas locais e regionais resilientes que possam participar na próxima onda de globalização, garantindo que as regiões tenham a combinação certa de educação, emprego e infraestrutura para estimular a economia local e regional, criando e mantendo os empregos.

Inovar nas instituições de educação e combater a ausência de formação, estimulando, em paralelo, as habilidades do individuo!

Precisamos de preparar jovens estudantes para se adaptarem aos tipos de trabalho de que teremos necessidade nos próximos 20 anos.

Concentrar apoios às populações mais vulneráveis!

Os efeitos da globalização terão um impacto desproporcional em algumas populações. As instituições globais, regionais e locais precisam de promover estratégias universais e direcionadas para melhorar os resultados, de forma transversal, privilegiando as populações mais vulneráveis de forma a reduzir as clivagens existentes.

Promover políticas para travar as mudanças climáticas galopantes!

As mudanças climáticas não foram tão iminentes durante as ondas precedentes da globalização. No entanto, no futuro, vão ter um impacto desproporcional em regiões e populações vulneráveis. Os desafios da globalização serão agravados se os recursos que poderiam ser destinados ao fortalecimento das economias locais e da educação tiverem que ser desviados para mitigar os custos da mudança climática

Construir e reforçar um movimento transversal!

Para além dos estados e das entidades públicas, muitas empresas, ONG`s, grupos de pressão, académicos e até indivíduos têm um alcance global sem precedentes e capacidade de influenciar resultados. Esse movimento capaz de influenciar o futuro, com os indivíduos preferindo trabalhar e comprar em empresas que estejam a gerar bem social ou que estejam a trabalhar para um futuro que garanta isso mesmo.

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Paulo Doce Moura

Paulo Doce Moura

Paulo Doce de Moura exerce funções no Banco Carregosa e foi diretor do BNP Paribas Personal Finance. Estudou Relações Internacionais-Económicas e Políticas, na Universidade do Minho e Direção Geral de Empresas no Programa Avançado de Gestão para Executivos na Universidade Católica Portuguesa. Foi presidente de Direção da AIESEC (Association Internationale des Étudiants en Sciences Économiques et Commercialles) na Universidade do Minho, Coordenador Distrital Economia, Trabalho e Inovação no Conselho Estratégico Nacional e membro da Assembleia de Freguesia do Lumiar. Escreveu... Ler Mais..

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