Geração Z representa 50% das novas contratações, diz barómetro

O salário e a falta de expetativas de carreira são as principais razões para a rotação de empregos, conclui o mais recente Barómetro DCH sobre Gestão do Talento em Espanha, Portugal e América Latina.
Os perfis mais juniores que fazem parte da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2004) representam mais de 50% das novas contratações em quase 40% das empresas, enquanto os quadros médios representam mais de 50% das novas contratações em apenas 13% das empresas. Esta é a conclusão do VIII Barómetro DCH sobre Gestão de Talentos em Espanha, Portugal e América Latina 2023-24, realizado pela EAE Business School e pela DCH (Organização Internacional de Gestores de Capital Humano) e que acaba de ser divulgado.
Segundo a análise, apenas 10% das organizações inquiridas afirmaram não ter contratado nenhum perfil sénior no último ano e os novos recrutamentos concentraram-se principalmente nos departamentos de logística e operações, bem como nas vendas e no marketing.
O relatório indica que a maioria das pessoas ( 75%) dá preferência ao salário quando se trata de mudar de emprego, seguindo-se a falta de expectativas de carreira (quase 57%), estilo de liderança (31,40%) e a flexibilidade (26,45%).
No que diz respeito ao canal de recrutamento, o relatório regista grandes diferenças em função da idade e do perfil do trabalhador. O TikTok (100%), o Instagram (96,77%) e o X e o Facebook (88%) recrutam mais jovens talentos, enquanto o LinkedIn é utilizado para os quadros médios e os Headhunters para os quadros superiores.
O barómetro destaca ainda a inteligência artificial (IA) como um fator essencial na atração de novos talentos para 70,97% dos gestores de RH. Além disso, o estudo aponta também que um dos grandes desafios das organizações está na integração das novas ferramentas de IA na gestão de pessoas, de forma a melhorar a experiência do colaborador e a acelerar os processos de seleção e avaliação de candidatos.
O estudo reafirma ainda a importância da formação nas escolas de negócios, uma vez que a sua influência no recrutamento de juniores sobe para 59,7% (48,73% no barómetro anterior) e 16,42% no recrutamento de seniores (face a 12,18% no ano passado).
Como desafio para as organizações, o barómetro destaca a necessidade de criar iniciativas para atrair talentos seniores – 78,74% dos gestores reconheceram que não têm nenhuma – e mulheres STEM, cujos programas só estão disponíveis em uma em cada três (29,9%) empresas.
Em termos de mestrados, os MBA continuam a ser a opção mais valorizada por 63% dos gestores de RH e estão a crescer, seguindo-se a formação em TI, gestão de projetos e marketing.
No que diz respeito à promoção da lealdade e da união da equipa, a investigação da DCH e da EAE Business School confirma a tendência para a implementação de modelos de trabalho híbridos como medida para conseguir um maior empenho dos profissionais. Além disso, quando se trata de remuneração emocional, o horário flexível é a opção mais difundida nas organizações, tendo registado um aumento de 18% nos últimos dois anos. Pela primeira vez, a Saúde e o Bem-estar aparecem como uma variável importante para impulsionar o compromisso dos colaboradores.

Fonte: VIII Barómetro DCH sobre Gestão de Talentos em Espanha, Portugal e América Latina 2023-24
Outro fator que influencia a gestão do talento é a sustentabilidade das empresas. Tal como em edições anteriores, os gestores de RH estão cada vez mais preocupados em integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na gestão das equipas. Os objetivos de Igualdade de Género e Saúde e Bem-Estar são os mais difundidos entre as empresas, com uma grande diferença entre os restantes, embora o ODS de Redução das Desigualdades tenha registado um aumento significativo de 258% nos últimos três anos, passando de 7,36% para 26,39%.
O barómetro contou com a participação de 219 empresas, destas 105 são espanholas, 19 portuguesas e 79 latino-americanas.