Fatores económicos afetam saúde mental de 64% dos jovens portugueses

Realizado em 15 países europeus, o III Inquérito FutURe, da Merck, revela que quatro em cada 10 portugueses das gerações Z e Millennial sentiram desconforto emocional frequentemente no último ano.
Denominada III Inquérito FutURe, a pesquisa da Merck confirma que a saúde emocional dos jovens nível é fortemente impactada pelos fatores económicos, ou seja, a situação financeira (64%), a incerteza sobre o planeamento familiar futuro (47,6%) e a remuneração/condições de trabalho (46%) estão no topo das preocupações que afetam os jovens no domínio do bem-estar mental. Por isso, neste domínio, importância do apoio das empresas destaca-se, com 75,7% dos jovens inquiridos a pedirem medidas como uma maior flexibilidade no trabalho e benefícios de saúde adequados.
Efetuado na Áustria, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Países Baixos, Noruega, Polónia, Portugal, Sérvia, Espanha, Suíça e Reino Unido, o estudo envolveu mais de 9.300 jovens das gerações Z e Millennial. E, a par dos aspetos que afetam a saúde emocional, o inquérito refere ainda que as gerações Millennial e Gen Z também enfrentam uma série de desafios e preocupações emergentes, especialmente no que diz respeito ao impacto das redes sociais e da inteligência artificial. Quando questionados sobre as redes sociais, 61% dos jovens afirmam que estas lhes provocam desconfiança devido à rápida propagação de notícias falsas; 51% sentem-se sobrecarregados por informação em excesso; e 48,6% admitem que estas plataformas contribuem para sentimentos de inadequação em relação à sua aparência e estilo de vida.
“Este estudo reforça a necessidade de políticas públicas e iniciativas empresariais que visem o bem-estar emocional e económico das gerações mais jovens, assegurando um futuro mais saudável para todos”, explica Pedro Moura, diretor-geral da Merck Portugal, que reconhece a importância de ouvir e apoiar as novas gerações. Uma opinião secundada por Ana Carina Valente, psicóloga e docente do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, ao lembrar que “hoje há uma consciência crescente da importância dos cuidados pessoais e do tempo livre, com a tónica a ser colocada na qualidade de vida, no equilíbrio entre a vida profissional e familiar e no ambiente”.