Falta de candidatos no setor Healthcare & Life Sciences leva empresas a pagar salários elevados
A escassez de candidatos no setor de Healthcare & Life Sciences na maior parte do mundo conduz a um aumento do poder de negociação e ao pagamento de salários acima da média para a obtenção de talentos, conclui estudo da Michael Page.
O setor de Healthcare & Life Sciences encontra-se entre os que registaram maior adoção dos modelos digitais de recrutamento em 2020 e no decorrer deste ano, devido à forte escassez de candidatos e à urgência de encontrar novos talentos em resultado da emergência sanitária global. Esta é uma das conclusões principais do estudo sobre a atração digital do talento no setor de Healthcare & Life Sciences, elaborado pela Michael Page.
O estudo, intitulado “Digital Talent Attraction”, reúne informação de 200 consultores em todo o mundo relativamente ao recrutamento, consultoria e parcerias com empresas especializadas em Healthcare & Life Sciences, com vista a encontrar os perfis de altos executivos, profissionais especializados e equipas de apoio necessárias para a trajetória comercial.
A enorme escassez de talentos no setor de Healthcare & Life Sciences, caracterizado como próspero e com elevada exigência em termos de excelência e qualificação de profissionais, e a extrema necessidade dos mesmos, independentemente das zonas geográficas, é outra das conclusões retiradas do estudo. A falta de candidatos leva a um aumento do poder de negociação e ao pagamento de salários acima da média.
O estudo conclui ainda que as ferramentas digitais, como a videoconferência e webinares organizados pelas empresas, são mais utilizadas para encontrar os candidatos, devido ao protocolo de distanciamento social que ainda prevalece na maioria dos locais de trabalho. O interesse de candidatos que não estão necessariamente à procura de emprego de forma ativa é também despertado por processos digitais.
No entanto, as organizações precisam de se esforçar mais por utilizar tecnologias digitais em seu benefício para resolver os problemas de formação de laços afetivos e de cultura empresarial, que são mais comuns na interação digital, alerta a Micheal Page.
Pedro Borges Caroço, associate Partner da Michael Page, refere que “a transformação digital está a moldar o setor de Healthcare & Life Sciences. A crescente cultura de trabalho remoto e as deslocações limitadas fizeram com que encontrar os talentos-chave se tivesse tornado cada vez mais difícil. No entanto, algumas empresas tiveram um grande êxito através de abordagens inovadoras e flexíveis em relação à procura de talentos”.
No panorama do recrutamento no setor das ciências da vida e farmacêutico, a mudança manifesta-se ainda nas qualidades e qualificações que os recrutadores procuram atualmente. A valorização das competências sociais, como a capacidade de adaptação, resiliência e proatividade surgem como prioridades relativamente à experiência profissional e às competências técnicas.
O estudo avança também que o digital é um elemento indispensável no processo de contratação, especialmente neste setor que dá particular valorização aos detalhes. Quer seja a oferecer ou a procurar emprego, as empresas e os candidatos precisam de ter em conta os respetivos perfis e a sua presença a nível digital, conferindo-lhes a atenção e o cuidado como o fariam com o seu próprio aspeto físico, e certificar-se de que os respetivos perfis digitais estão atualizados e são interessantes.
Os candidatos também devem encarar o processo digital tão seriamente como um processo presencial e certificar-se de que os respetivos perfis digitais estão atualizados e são interessantes, conclui o estudo.