Opinião
Erros a evitar no início dos nossos negócios

Abrir uma empresa ou iniciar um negócio por conta própria é algo bastante entusiasmante e inovador. Ainda me recordo da felicidade e excitação que senti em 2012. É um momento de grande realização pessoal, em que a autoconfiança e a crença nas nossas capacidades tende a atraiçoar-nos.
Variados estudos demonstram que 98% dos empresários cometem erros cruciais nos primeiros meses de existência da sua empresa. Errar é perfeitamente normal e sem os nossos erros seria impossível progredir. No entanto, os mesmos estudos demonstram que 48% das empresas criadas na Europa nos últimos anos tendem a falir ou fechar nos primeiros dois anos de existência. Ou seja, os nossos erros iniciais podem automaticamente condenar o sucesso dos nossos projetos.
Mas como evitar algo que é intrinsecamente humano e que faz parte da nossa natureza?
Existem várias formas de evitar erros iniciais que aceleram o crescimento das empresas e promovem o seu sucesso. Alguns exemplos são participar em programas de coaching, programas de mentoring, inscrever-se em organizações de networking, partilhar experiências com outros colegas da área, optar por uma rede de franchising ou até investir em formação avançada. Todas estas ferramentas permitem a partilha de experiências e promovem a autoajuda e as relações interempresariais.
Eis alguns dos erros que se cometem e conselhos a seguir:
- Não fazer um plano de negócio. Deve sempre elaborar um Business Plan cuidado do negócio a desenvolver e nunca deixar que opiniões de outros ou crenças particulares se sobreponham aos números. Um bom plano de negócio é bastante fiável e tende a apresentar um cenário muito próximo da viabilidade do negócio. É essencial elaborá-lo com o máximo rigor e estudá-lo profundamente. Caso não exista experiência prévia na elaboração de um plano destes, poderá sempre recorrer a uma empresa especializada em consultoria. O investimento valerá sempre a pena.
- Não analisar profundamente a concorrência. No mundo de hoje, a concorrência é agressiva, eficaz e existe em todas as áreas de negócio. É fundamental uma análise cuidada de todos os negócios que direta ou indiretamente possam competir com o nosso projeto. Se não tivermos nada de valor acrescentado para oferecer, não valerá a pena o investimento em algo que já existe.
- Falta de conhecimento da realidade fiscal em que nos inserimos. A fiscalidade é uma área essencial para a sobrevivência do nosso negócio. O sistema fiscal está bastante mais exigente e a falta de conhecimento das regras e prazos pode prejudicar seriamente a tesouraria das empresas.
- Falta de investimento na equipa. Outro erro inicial comum prende-se com a poupança na contratação da equipa. Colaboradores ou colegas motivados são essenciais para o arranque de um bom negócio.
- Recorrência a crédito mesmo que em condições pouco favoráveis. 80% dos negócios recorrem a crédito na sua fase inicial. O crédito facilita e possibilita a criação de empresas, mas há que analisar bem os custos inerentes, as taxas de juro e as condições contratuais para garantir que não inviabiliza a rentabilidade da empresa.
Para além destes, existem muitos outros conselhos que poderia dar, mas estes cinco pontos pareceram-me os mais pertinentes. As empresas não são estáticas, evoluem e adaptam-se a uma velocidade notável. No entanto, o período de arranque e a consistência de ações são fundamentais para o seu sucesso futuro.