E os piores pagadores em Portugal são…

Governo e setor público, energia e transportes são os piores pagadores em Portugal. Estes setores demoram 72 e 62 dias a efetuar pagamentos a fornecedores, segundo estudo recente da Intrum.

Aumentaram os prazos médios de pagamentos oferecidos em Portugal para as empresas e o setor público, conclui o mais recente estudo da Intrum, o EPR – European Payment Report 2023, que refere que as empresas continuam a ser pressionadas para aceitarem prazos de pagamento mais elevados do que consideram aceitável.

O governo e setor público, energia e utilities e transportes e logística são considerados o top 3 dos setores que mais demoram a pagar – com um tempo médio de 72 e 62 dias, respetivamente. Em contrapartida, bancos e serviços financeiros, retalho e seguros são os três setores que efetuam os pagamentos em menos tempo, correspondendo a 39, 41 e 41 dias respetivamente.

De destacar a melhoria do tempo médio de pagamento em alguns setores, nomeadamente telecomunicações (passando de 68 dias em 2022 para 55 em 2023), hotelaria e lazer (passando de 59 dias em 2022 para 49 dias em 2023), seguros (passando de 53 para 41) e retalho (passando de 64 dias para 41 dias em 2023), explica a Intrum em comunicado.

Em contrapartida, existem também setores que pioraram o seu desempenho no que diz respeito ao tempo médio de pagamento. O setor de serviços para empresas passou de um tempo médio de pagamento de 38 dias, em 2022,  para 50 dias atualmente. O mesmo se verifica no imobiliário (passou de 42 dias em 2022 para 53 dias em 2023) e na extração mineira e minérios – com um prazo de pagamento de 38 dias em 2022, passando para 60 dias em 2023.

Também o setor da construção, transportes e logística e governo e setor público sofreram um aumento em número de dias do ano passado para 2023, como é possível verificar no gráfico abaixo:

Fonte. EPR 2023 Portugal

De acordo Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, “a inflação elevada e o aumento dos custos laborais, estão a afetar os resultados das empresas obrigando-as a dedicar tempo e recursos para gerirem a crise de liquidez. Um fluxo de caixa sólido e uma gestão de crédito adequada são fundamentais quando se navega num ambiente global cada vez mais incerto”.

O Relatório Europeu de Pagamentos 2023 baseia-se num inquérito externo realizado pela FT Longitude em 29 países da Europa. No total, participaram na pesquisa 10.556 pequenas, médias e grandes empresas de 15 setores da indústria. Os entrevistados são CFOs ou outros executivos com conhecimento financeiro da empresa para a qual trabalham e as empresas foram selecionadas aleatoriamente a partir de um banco de dados B2B. O trabalho de campo para o estudo foi realizado entre novembro de 2022 e março de 2023.

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