Crédito Habitação: O impacto do alargamento dos prazos e alternativas de poupança na prestação
Descubra quatro ações imediatas que podem reduzir a prestação mensal do crédito habitação.
Por toda a Europa, espalha-se uma tendência agravada pelo conflito militar no Leste da Europa. A subida da inflação (com consequente aumento dos preços dos bens essenciais) e o agravamento das Euribor a três e a seis meses fazem com que os consumidores vejam o seu poder de compra diminuir e tenham maior dificuldade em cumprir as responsabilidades de crédito.
O Governo e o Banco de Portugal estão a preparar novas medidas para ajudar os portugueses a fazer face aos aumentos significativos das prestações mensais. Entre as várias medidas, espera-se que haja a possibilidade de regressar aos prazos de amortização alargados, que foram revistos e reduzidos no início deste ano.
A matemática é simples: prazos mais curtos significam prestações mensais mais elevadas. Vejamos um exemplo prático. Se pagar, todos os meses, 285 euros por um crédito com prazo de pagamento de 35 anos, ao aumentar o prazo de pagamento para 40 anos poderá alcançar uma poupança de 30 euros na prestação mensal. Para quem está no limite da taxa de esforço, esta poupança pode trazer alívio ao orçamento familiar.
Como começar já a poupar na prestação mensal do crédito habitação?
Estas novas medidas só serão discutidas no final de novembro e ainda não é certo que o aumento dos prazos de pagamento dos empréstimos para comprar casa aconteça, pelo que lhe deixamos algumas sugestões de ações que pode tomar imediatamente e que irão ter impacto no valor da prestação mensal do seu crédito habitação.
Amortizar parte do empréstimo
Se tiver algumas poupanças de parte, considere amortizar uma parte do empréstimo. Assim, não só reduzirá o valor da prestação mensal, como também conseguirá baixar o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), uma vez que irá reduzir os juros pagos. No entanto, verifique se o seu banco cobra alguma comissão de amortização. Em alguns casos, a amortização não compensa.
Alterar a taxa de juro
Outra hipótese de poupança é mudar as condições da taxa de juro. Nos contratos de crédito habitação com taxa de juro variável, esta resulta da soma do spread e da taxa de referência, a Euribor. Se a Euribor mantiver uma tendência crescente, as prestações mensais dos contratos com taxa variável vão, naturalmente, ficar mais caros.
Já para os contratos com taxa fixa, a taxa de juro mantém-se inalterada durante o prazo acordado no contrato, ou seja, a prestação mantém-se igual. Em períodos de escalada das taxas de juro, alterar o contrato para uma taxa fixa poderá ajudar a manter controlada a prestação mensal do crédito habitação.
Rever os produtos associados
Muitas vezes, contratamos produtos associados ao crédito habitação que fazem subir a prestação mensal. Renegociar as condições do seguro de vida, cartões de crédito ou outros produtos financeiros contratados pode ajudar a reduzir a prestação mensal.
Consolidar os créditos
Se tem vários créditos para além do empréstimo para compra de habitação, considere fazer uma consolidação de crédito. Este processo junta todos os seus créditos num só, com uma única taxa e um único prazo de pagamento. Ou seja, em vez de pagar várias prestações de vários créditos (habitação, automóvel, consumo, etc.) a várias entidades, com o crédito consolidado, pagará uma única prestação a uma única entidade financeira.
O crédito consolidado permite-lhe conseguir taxas de juro mais baixas, prazos de pagamento alargados e, consequentemente, a redução da taxa de esforço e um aumento da liquidez mensal. Na prática, poderá ter uma poupança na prestação mensal de até 60%.
Existem intermediários de crédito que tratam do processo de consolidação, analisando os créditos contratados e respetivas condições e propondo uma solução mais vantajosa, sem qualquer custo para o cliente. Antes de avançar para o processo, pode fazer uma simulação de crédito consolidado online e verificar o potencial de poupança que esta opção lhe traz.