Vivemos num país rico em casos e casinhos – todos os dias um novo que faz as delícias da comunicação social e alimenta a conversa de café. Um dos últimos, talvez mais despercebido, passa pela não obrigatoriedade do exame nacional de matemática (12º ano) se ele não for necessário para o acesso ao ensino superior. Num país que já tem a pior literacia financeira da Europa, estaremos a querer que os portugueses deixem definitivamente de saber fazer contas à vida?
A semana do Natal e ano novo é sempre uma época especial. É especial porque é habitualmente uma quadra familiar, mas também porque é uma época de balanços e resoluções para um ano que se avizinha. Este ano estive a pensar e desejo a todos que passem o ano – e vivam 2023 – tal e qual como nos ensinaram a atravessar a estrada – parar, olhar, escutar, avançar, recomeçar.
Foi assim que o Comendador Rui Nabeiro recebeu no passado dia 6 de Outubro o Prémio de Mérito e Excelência. Uma frase tão óbvia que nem devia ser necessário dizê-la, mas que todos deveríamos levar no bolso, para que o conjuntivo da mesma passe a ser presente e futuro.
Ao contrário das baterias dos carros elétricos, que comprovadamente devem estar entre os 20% e os 80% sob pena de se viciarem, o nosso corpo e a nossa mente precisam de recarregar a 100% (quem sabe mais), e nunca estar próximo da “bateria fraca”.
Há uma célebre frase no desporto que diz “Joga pelo nome que tens na frente da camisola e as pessoas vão gostar do nome que tens nas costas”. Na liderança das empresas isso é cada vez mais verdade, com o papel dos líderes (especialmente o do CEO) a ter que se transformar e evoluir, sendo também mais “capitão de equipa” e não só “treinador” ou “presidente”, até porque “o sucesso dos outros é o meu sucesso”.
Ouve-se dizer que “o futuro é dos jovens”, mas ao mesmo tempo que eles “não se interessam” e que “ainda são muito novos, não entendem”. Queremos que eles sejam altamente qualificados ainda antes de acabarem os estudos, com experiências e estágios, mas não lhes perguntamos o que acham do mundo e do futuro.
Num contexto destes em que vivemos atualmente, em pleno clima de guerra, precedido de uma pandemia e com sinais cada vez mais evidentes de uma crise económica e humanitária a uma escala global, não faria sentido de falar de outra coisa senão de Pessoas.
São já muitos os momentos na história – por disrupção tecnológica, por ameaça de novos entrantes mais ágeis e capazes, ou por instinto de sobrevivência – que as empresas foram e são obrigadas a transformar a sua atividade. Mas são também vários os momentos destes em que vemos as mesmas empresas a fracassar, a deixar passar a oportunidade de fazer diferente, a comunicar para fora que a empresa está em processo de transformação, mas a fazer tudo igual para dentro.