Bosch expande investimento em start-ups com novo fundo

O RBVC, braço de investimento da Bosch, tem 200 milhões de euros para investir em start-ups. A multinacional alemã tem atualmente mais de 30 empresas no seu portefólio.

Nos últimos anos, os fundos corporativos têm-se tornado importantes veículos de investimento em start-ups. Em 2017, os investimentos de instituições e empresas atingiram os 147 mil milhões de euros, o que se traduz em quase três vezes mais do capital investido em 2012.

A Bosch é uma das organizações que tem impulsionado este tipo de iniciativas. Segundo informação enviada ao Link To Leaders, a multinacional alemã forneceu 200 milhões de euros ao FUND IV, o seu fundo corporativo gerido pela Robert Bosch Venture Capital GmbH (RBVC).

“Moldar o futuro também significa reconhecer boas ideias logo no início e ajudá-las a alcançar os seus objetivos. Como empresa líder em IoT [Internet das Coisas], queremos impulsionar tecnologias selecionadas em áreas de relevância para o futuro, como a inteligência artificial”, afirma Volkmar Denner, CEO da RBVC.

DeepMap, Graphcore e Syntiant são apenas três das apostas com mais potencial na área da inteligência artificial. Saliente-se que a DeepMap é tida como um dos próximos potenciais unicórnios (projetos privados com uma avaliação superior a mil milhões de dólares).

Apesar de ser uma das atuais áreas de foco a nível global, o portefólio do braço de investimento da Bosch vai para além da inteligência artificial. A organização já investiu em mais de 35 empresas ativas em condução autónoma, Internet das coisas (IoT) e blockchain.

A atuação da RBVC não se fica apenas pelo investimento. A inovação aberta é outra das formas da multinacional apoiar o progresso das start-ups. Este método pressupõe a integração de todos os stakeholders – sejam clientes, investigadores, fornecedores ou parceiros – nas atividades de inovação dos projetos visados. “Não investimos apenas em start-ups, também colaboramos com eles em projetos de inovação aberta. Essa é uma forma de aumentar a nossa capacidade de inovação”, explica o CEO do fundo de capital de risco.

O processo de seleção das start-ups é criterioso. A RBVC diz avaliar mais de 2 mil projetos anualmente, mas só perto de 100 chegam à fase final. Phillipp Rose, diretor administrativo do fundo (à direita na imagem), diz que acabam por só investir “em entre seis a dez empresas criteriosamente selecionadas a cada ano” e que, para além do capital, “oferecemos know-how e suporte operacional. Também ligamos start-ups às unidades operacionais da Bosch”.

A Bosch acredita que estas relações start-ups/organizações são simbióticas. “A inovação aberta é uma vantagem para as duas partes”, conclui Rose. “Permite-nos ainda garantir que a especialização da start-up permanece na start-up”.

Para conseguir acesso às últimas tecnologias e desenvolvimentos no universo dos pequenos projetos tecnológicos, a Bosch mantém presença em alguns dos maiores hotspots do mundo, que vão desde Xangai e Tel Aviv a Sunnyvale, Frankfurt e Estugarda.

Para Ingo Ramesohl, diretor administrativo e vice-presidente executivo de tecnologia da RBVC (à esquerda na imagem), é importante estar diretamente no terreno onde são desenvolvidas as novas soluções. “Somos um investidor global que está ativo a nível local”, comenta.

Refira-se que apesar de beneficiar com a tecnologia das equipas em que investe, o objetivo final da Bosch passa por vender a sua participação nas start-ups lucrativas.

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