Opinião
Autoconsciência

A autoconsciência é uma das competências mais importantes e valiosas que um líder deve ter. Nada melhor que saber aquilo que valemos, o nosso modo de trabalhar, as nossas fraquezas e forças, bem como perceber o impacto das nossas emoções naquilo que fazemos e no meio onde nos encontramos.
Este cocktail de informação é o gatilho que nos faz avançar e nos permite evoluir enquanto profissionais. Acredito que a capacidade de nós próprios nos apercebermos daquilo que somos, tanto de positivo como de negativo, é o que faz avançar as organizações, mas também o que define o nosso percurso enquanto profissionais.
Ao aplicar esta regra, significa que estamos a admitir os nossos erros, identificar as nossas lacunas, investir naquilo que são os nossos pontos fracos, e principalmente, reconhecer aquilo que necessitamos de aprender para seguir o caminho que identificámos como nosso. A autoconsciência num líder representa uma preocupação constante em admitir as nossas capacidades, com um olhar realista acerca dos benefícios e prejuízos enquanto profissionais líderes de uma equipa, empresa ou projeto. Desta forma é que conseguimos melhorar, avançar e crescer.
Só assim ganhamos a confiança dos outros nas organizações, e pelo simples facto de um líder o fazer, creio que demonstra humildade, consciência no dever de melhorar ou aprender, e ao mesmo tempo dar o exemplo daquilo que significa o nosso papel nas organizações. Todos nós devemos ter consciência das nossas fraquezas e forças, e não existe mal em pensar estrategicamente no sentido de melhorar alguns desses aspetos, tanto numa perspetiva de crescer enquanto profissionais, mas também saber não prejudicar a empresa onde trabalhamos.
O objetivo é trabalhar, para que num futuro próximo, sejamos melhores profissionais e possamos contribuir de uma melhor maneira com as nossas capacidades. Por exemplo, quando uma autocrítica é bem fundamentada e faça sentido, nada melhor que esse acontecimento para mudar o nosso comportamento, atitude ou conhecimento acerca de algo, e é sem dúvida o primeiro indicador de evolução. Uma das regras fundamentais é que não nos autocontemplemos apenas como “nos queremos ver”, mas analisarmo-nos num aspeto crítico de nós mesmos, levando-nos a exigir sempre mais e melhor.
Não é pelo facto de sermos líderes que devemos deixar de ter este tipo de atitude. Antes pelo contrário. Ao sermos líderes devemos aplicar este conceito de autoconsciência emocional para que melhoremos, mas também para dar o exemplo perante os outros. Realço que o feedback dos outros é algo bastante importante neste processo, mas também o facto de não pararmos de aprender, e aproveitar as oportunidades para que possamos sempre crescer e aprender algo novo. Nada melhor que sermos honestos connosco próprios, mas principalmente perante os outros.
Perceber o impacto que temos no projeto, cliente, organização ou equipa que lideramos, e agir da melhor forma para que ninguém seja prejudicado só porque não temos a capacidade de olhar para nós próprios e encarar a realidade como forma de crescer e melhorar. Numa perspetiva de carreira, autoconsciência emocional é saber o nosso potencial para objetivos a curto, médio e longo prazo, e ser emocionalmente capaz de autoavaliar, pedir feedback, e por último, nunca deixar de aprender. Além disso, devemos sempre apontar ao nosso objetivo de carreira e nunca perder o foco. Com disciplina vamos conseguir!