Opinião

As crianças e jovens como futuros Líderes do amanhã

Manuela Eanes, presidente honorária do Instituto de Apoio à Criança

Tenho aprendido muito ao longo da minha vida e estou certa que é preciso continuar a apostar na Educação, visto que é um investimento com retorno garantido. Educar é semear sabedoria.

Para que uma criança seja um bom líder, um líder movido por boas causas, para que tenha sucesso e capacidade de orientar, de motivar, de inspirar de mostrar o caminho é preciso que a sociedade tenha no momento certo sabido cuidar do seu desenvolvimento sócio emocional de forma rigorosa e completa. Só assim a criança desenvolve as suas competências de maneira integrada e completa.

Recordo que é fundamental estimular  a criança a ser o autor do seu próprio destino, sem nunca lhe recusarem de forma natural o direito à participação.

É preciso pôr o foco nas necessidades da criança, de cada criança e criar estratégias que a ajudem em cada momento a evoluir, aprendendo com serenidade os valores e os conhecimentos que a preparam para a vida adulta.

Chamo aqui a atenção para o facto de que o brincar é uma coisa séria, pois a brincar também se aprende e criam-se laços afetivos com a família e os amigos.

Todos os cuidados que hoje sabemos que uma criança necessita devem começar o mais cedo possível, pois é nos primeiros anos que ocorrem os mais rápidos e intensos avanços físicos, psicológicos, sociais e emocionais.

Um bom líder foi certamente uma criança investida e nesse sentido é necessário continuar o caminho já iniciado. O caminho de apostar em políticas públicas que permitam melhorar o bem-estar da criança.

Quando falo em políticas públicas estou a referir-me às que saem do papel e que fazem efetivamente diferença na vida das crianças, como é o caso da Garantia para a Infância que defende uma Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, para se poder investir no potencial de todas as crianças.


Licenciada em Direito, Manuela Eanes, primeira-dama de Portugal entre 1976 e 1986 (durante a presidência de António Ramalho Eanes), tem estado desde sempre ligada ao campo social e às atividades cívicas, uma paixão que, em 1983, levou à criação do Instituto de Apoio à Criança (IAC). Uma organização sem fins lucrativos que assumiu como missão fundamental a defesa dos direitos das crianças, quer na área da saúde e da segurança social quer na vertente dos tempos livres. Atualmente, para além de ser presidente honorária do IAC, Manuela Eanes está igualmente ligada a outros projetos de cariz social, a maioria deles ligados às crianças. Recentemente, foi homenageada pela Fundação Calouste Gulbenkian pelo trabalho desenvolvido à frente da IAC e pela luta em defesa dos direitos das crianças.

Comentários

Artigos Relacionados