Aisha Bowe: uma má aluna que se tornou engenheira da NASA

Supere os seus sonhos diariamente. É este o lema que Aisha Bowe segue e que, há alguns anos, parecia impossível. Um orientador escolar recomendou que se tornasse cosmetologista. Hoje, Aisha é engenheira aeroespacial da NASA e cofundadora da STEMBoard, empresa que desenvolve soluções de software para entidades governamentais e privadas.
O pai, um ex-taxista de Ann-Arbor, no Michigan, convenceu-a a frequentar aulas de matemática. Na altura, Aisha Bowe era uma aluna com dificuldades na Community College, instituição norte-americana que oferece cursos de dois anos de duração e que aposta no mercado de trabalho. Apesar de não acreditar nas suas capacidades, Bowe seguiu o conselho do pai. Resultado: a nota máxima na prova de matemática, o que levou o seu professor a encorajá-la a começar a pensar sobre o seu futuro. Desde então, a jovem soma e segue.“Passei muito tempo a menosprezar o meu talento”, relembra. “Se não fosse o meu pai a pressionar-me para frequentar aulas de matemática, nunca me teria desafiado”, conta à Forbes.
Em seguida, Aisha fez uma lista que reflectia como seria a sua vida ideal, fixou-a na parte de trás da porta do seu quarto e foi para o trabalho. “A ideia de acordar todos os dias para trabalhar em algo do espaço era animadora”, disse. Trabalhar na NASA seria “radical”, visto ser uma área dominada pelo sexo masculino, onde não havia muita orientação.
“Eu tinha a lista, mas esta ainda era muito abstracta. Não conhecia ninguém que trabalhasse na NASA ou que fosse engenheiro. Nem sabia que muitas pessoas que estavam em Michigan ou no programa de engenharia poderiam orientar-me”, relembra. Em vez disso, centrou-se nos objetivos pequenos, como tirar apenas a nota 10 naquele semestre. “O sucesso é uma série de pequenas vitórias”, conta.
A sua estratégia não mudou muito desde os dias em que queria trabalhar na NASA. “Se continuar a sonhar cada vez mais alto, é possível conquistar coisas cada vez maiores”, frisa.
Em 2013, lançou a STEMBoard, uma empresa altamente lucrativa e sustentável que desenvolve software para entidades governamentais e privadas. “Conversei com muitas pessoas que não conseguiam chegar à minha visão. Mas isso não é, necessariamente, uma coisa má. Por que iria eu querer que alguém que não acreditava na minha missão ou no meu negócio investisse na minha empresa?”, pergunta. Hoje em dia, Bowe encoraja os empreendedores a considerar, realmente, se precisam de um investidor e a identificar o modelo de investimento.
Enquanto a STEMBoard cresce, Bowe criou também programas para jovens de minorias étnicas com interesse em inovação tecnológica. Quando não está no escritório, é possível encontrá-la em competições desportivas ou a escalar o monte Kilimanjaro, objetivo que estabeleceu em 2016. “Era algo que eu nunca pensava que pudesse fazer”, diz. “Há tantas coisas na minha vida que eu não fiz porque pensava que não conseguia”, revela esta engenheira aeroespacial que hoje em dia “quer ser melhor do que aquilo que foi ontem”.