Entrevista/ “A sustentabilidade e a preocupação com o impacto ambiental das criptos tornar-se-ão cada vez mais relevantes”

Joaquim Costa, cofundador da BlockBee

“Neste momento, com apenas 10 meses no mercado, já processamos mais de 10 milhões de euros e temos mais de 2 mil registos de utilizadores/empresas”, afirma Joaquim Costa, cofundador da BlockBee, em entrevista ao Link to Leaders.

Foi criada em 2022 e permite que as empresas façam transações de forma simplificada, recorrendo às criptomoedas. A BlockBee foi uma das 25 start-ups que teve oportunidade de representar Portugal no Web Summit do Rio de Janeiro.

Ao Link to Leaders, Joaquim Costa, cofundador da fintech portuguesa, fala da plataforma que fornece às empresas uma infraestrutura para que possam aceitar pagamentos e depósitos em criptomoedas, e dos planos para o futuro.

O que é, e como e quando surgiu a ideia de criar a BlockBee?
A BlockBee é uma empresa de tecnologia que desenvolve infraestrutura de pagamentos em criptomoedas para a Internet. Empresas de todos os tamanhos – desde start-ups em fase inicial até empresas de crescimento acelerado – utilizam o nosso software para aceitar pagamentos e depósitos em criptomoedas nos seus negócios online e offline.

A ideia de criar a BlockBee surgiu em 2022, quando visionamos um futuro diferente para os pagamentos. Nessa altura, identificámos uma grande vontade das empresas, organizações e freelancers em melhorarem o seu sistema de pagamentos, dando a possibilidade dos seus clientes efetuarem pagamentos e depósitos em criptomoedas. Contudo, enfrentavam barreiras técnicas e de know-how. Desse modo, decidimos criar uma plataforma API first, robusta e intuitiva que pudesse abrir as portas do mercado cripto para as empresas, organizações e freelancers.

Em que fase está neste momento a start-up?
Atualmente, a BlockBee está numa fase avançada da sua trajetória como start-up. Neste momento, com apenas 10 meses no mercado, já processamos mais de 10 milhões de euros e temos mais de 2 mil registos de utilizadores/empresas. Um dos objetivos para este ano passa por levantar uma ronda de investimento, para acelerar o crescimento e expansão dos nossos serviços e aquisição clientes.

“A nossa missão é revolucionar a forma como as empresas, organizações e freelancers recebem pagamentos e depósitos globalmente através da tecnologia de pagamentos em blockchain”.

Qual a missão da BlockBee?
A nossa missão é revolucionar a forma como as empresas, organizações e freelancers recebem pagamentos e depósitos globalmente através da tecnologia de pagamentos em blockchain. Estamos empenhados em tornarmo-nos no principal payment gateway de criptomoedas do mundo.

Quais têm sido os maiores desafios que têm encontrado pelo caminho?
Ao longo do caminho, enfrentámos vários desafios. Alguns dos principais foram superar a complexidade técnica e de regulamentação do mercado cripto, garantir a segurança dos nossos utilizadores e estabelecer parcerias estratégicas.

Que serviços disponibilizam e a quem se destinam?
A BlockBee disponibiliza vários produtos e serviços, que passam por, plugins para plataformas de e-commerce, API, checkout page, payouts, aplicação point of sale (POS), entre outras.

A União Europeia propôs recentemente novas regras nos mercados e ativos cripto. Como é que olha para esta intenção?
Acredito que a regulamentação adequada pode trazer mais confiança e oportunidades ao mercado cripto e também aos investidores. No entanto, também é importante encontrar um equilíbrio para não sufocar a inovação e o crescimento do setor.

“A participação na Web Summit do Rio de Janeiro foi extremamente importante para a BlockBee”.

A BlockBee foi uma das 25 start-ups que teve oportunidade de representar Portugal no Web Summit do Rio de Janeiro. Como avalia a vossa presença no evento? Foi importante?
A participação na Web Summit do Rio de Janeiro foi extremamente importante para a BlockBee. Foi uma oportunidade única de apresentar a nossa empresa a um público global, estabelecer contactos com outros empreendedores, potenciais clientes e investidores, além de receber feedback valioso. A presença em eventos como a Web Summit permite-nos fortalecer a nossa visibilidade e credibilidade como uma startup promissora.

Para quem vai investir em criptomoedas, quais os principais conselhos ou dicas?
Na minha opinião, aconselho em primeiro lugar a fazerem uma pesquisa completa sobre os projetos e moedas nas quais estão interessados, diversificar o investimento em várias criptomoedas, entender os riscos associados e nunca investir mais do que podem perder. Acredito que seja fundamental manterem-se atualizados sobre as tendências do mercado, as tecnologias e propostas de valor e procurarem aprender continuamente sobre criptomoedas e blockchain.

Quais as grandes tendências no mercado das moedas criptográficas?
As tendências passam pela crescente adoção institucional, pela integração da blockchain em setores tradicionais, pelo desenvolvimento de moedas digitais por parte dos bancos centrais (CBDCs) e pelo surgimento de novas tecnologias, como smart contracts e finanças decentralizadas (DeFi). Além disso, a sustentabilidade e a preocupação com o impacto ambiental das criptos tornar-se-ão cada vez mais relevantes.

“Os planos futuros da BlockBee envolvem a continuação da expansão dos nossos serviços e produtos, aumentar a base de utilizadores, lançar novas funcionalidades, novas parcerias estratégicas (…)”.

Planos para o futuro da BlockBee?
Os planos futuros da BlockBee envolvem a continuação da expansão dos nossos serviços e produtos, aumentar a base de utilizadores, lançar novas funcionalidades, novas parcerias estratégicas, e a procura de conformidade com as regulamentações que vão surgindo.

O que gostaria de ter realizado e ainda não teve oportunidade?
Em termos da BlockBee, é a oportunidade de crescer a uma velocidade maior, de modo a ocupar a posição de líder e referência no mercado global, desempenhando uma papel ativo no desenvolvimento do ecossistema das criptomoedas e impulsionando a inovação.

Que conselhos daria a um jovem que quer lançar um negócio?
Acreditar na visão do projeto e ser apaixonado pelo que faz, estar preparado para enfrentar desafios e aprender com os fracassos, procura mentores e contactos valiosos, estar disposto a se adaptar, pivotar e evoluir com as circunstâncias, e manter o foco na entrega de valor aos clientes. A perseverança, a resiliência e a busca constante por conhecimento são, na minha opinião, fundamentais para o sucesso empreendedor.

Respostas rápidas:
O maior risco:  Não arriscar pode levar a oportunidades perdidas.
O maior erro:  Não aprender com os erros e repeti-los.
A maior lição:  Aprender com os desafios e experiências para crescer e evoluir.
A maior conquista: Alcançar objetivos pessoais e profissionais de forma significativa.

Comentários

Artigos Relacionados