A Europa lidera a inovação fintech, defende CEO da Revolut

Para Nikolay Storonsky, a Europa está três a quatro anos mais avançada em termos de produto, de regulamentação e em tamanho na área de fintech em comparação com as empresas americanas.

Numa recente entrevista à Sitfed.eu, o CEO da Revolut, Nikolay Storonsky, afirmou que os EUA podem estar muito desenvolvidos em quase todos os setores, mas a Europa está na linha da frente numa área, a fintech, nomeadamente no desenvolvimento dos neobanks – bancos totalmente digitais sem qualquer infra-estrutura física ou sistemas operacionais legados.

O fundador do Revolut, um dos neobanks com mais sucesso na Europa, está prestes a seguir os passos de outros players europeus, como a Monzo e a N26, e será lançado formalmente nos EUA no futuro próximo. A Revolut passou de 1,5 milhões de clientes para cerca de 6 milhões e tem cerca de 16 mil novas contas todos os dias. No último financiamento, em abril de 2018, a empresa foi avaliada em 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros), mas as estimativas apontam que a Revolut poderá atingir uma avaliação de 5 mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros) num próximo financiamento.

Para Storonsky, a Europa está entre três a quatro anos à frente dos EUA em vários aspetos como desenvolvimento de produto, regulamentação e dimensão na área fintech. Os neobanks americanos não tiveram grande êxito junto dos consumidores locais nos últimos anos. Apenas 1% dos millennials dos EUA têm a sua conta principal com um banco digital, de acordo com um estudo da Cornerstone Advisors.

Os investidores em capital de risco estão muito mais entusiasmados com as fintechs europeias (a Oaknorth obteve 783 milhões de euros, a N26 recebeu 612 milhões de euros e o banco Atom obteve 486 milhões de euros, segundo dados da Dealroom) do que com as fintechs americanas como a Chime, a Varo e a Aspiration, alerta o empreendedor.

“A resposta dos grandes bancos norte-americanos ainda está demorada, estão a começar a criar os departamentos, equipas e a desenvolver produtos que os neobanks já criaram. Mas em termos de receita, em termos de gestão, eles ainda não estão realmente a prestar atenção a esta área do mercado”, acrescenta.

Storonsky, agora com 35 anos, começou a sua carreira no Lehman Brothers, passando depois para o Credit Suisse, até que, em 2013, saiu para iniciar a sua própria empresa. A Revolut foi fundada em 2015 com um serviço muito específico – um cartão e uma aplicação que permitia aos viajantes alternar entre euros, dólares e libras com um custo relativamente pequeno. Desde então, a Revolut criou uma gama de produtos adicionais como seguros e criptomoeda e obteve patrocinadores de alto perfil, como as empresas de capital de risco Balderton Capital e Index Ventures.

A estratégia da Revolut para os EUA passa por lançar inicialmente produtos básicos, como contas corrente, e posteriormente outros produtos que oferecem margens potencialmente mais altas. De salientar que fora da área da banca, os EUA têm vários casos de sucesso na área fintech, como a Stripe, uma start-up de pagamentos, Coinbase empresa líder no secor da criptomoeda.

A Revolut anunciou esta quinta-feira o lançamento da sua plataforma de compra e venda de ações para os clientes dos planos Standard e Premium em 26 mercados, incluindo Portugal.

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