Iscte vai formar 45 jovens em Angola para desenvolverem pequenos negócios

A partir de agosto, o programa será implementado no Dundo e no Luena, “regiões associadas à exploração desenfreada de diamantes”, diz o ISCTE.

Iscte Business School, em parceria com uma Organização Não-Governamental angolana, pretende capacitar 45 jovens no Dundo e Luena, nordeste de Angola, para a sustentabilidade financeira, ensinando-os a desenvolver pequenos negócios, anunciou a escola nesta segunda-feira.

O projeto “Impactful entrepreneurship for inclusion and diversity in Africa” (Empreendedorismo com impacto na inclusão e diversidade em África), aplicado nas duas cidades angolanas, pretende ajudar 45 jovens “entre os 14 e os 18 anos, que vão aprender a transformar ideias simples em pequenos negócios”, explica a instituição de ensino em comunicado.

Assim, a formação vai ser dada pela escola de gestão portuguesa em parceria com a ONG angolana USEPHA, especializada em “capacitação para a gestão de micro e pequenos negócios”, segundo a nota de imprensa.

Capacitar adolescentes para a sustentabilidade financeira é um dos objetivos deste projeto que atua em zonas de exploração mineira, onde o trabalho infantil e os casamentos forçados são frequentes. 

Por isso, para a Iscte Business School, a abertura de negócios em setores essenciais, como o agroalimentar ou a informática, “exige competências técnicas e o desenvolvimento de ‘soft skills’ para negociar, liderar equipas ou resolver conflitos”.

Em agosto vai começar a terceira ação deste programa, iniciado em novembro de 2024 e que teve uma segunda edição em abril.

A partir de agosto, o programa será implementado no Dundo e no Luena, “regiões associadas à exploração desenfreada de diamantes, um setor que gera muita riqueza, mas cujos benefícios raramente chegam às populações locais”, explicou o Iscte.

Este programa tem previstas dez ações de capacitação até 2027, em que os participantes vão aprender “a desenvolver um negócio desde o início”, nomeadamente a “elaborar orçamentos, planear a produção, definir preços, negociar com parceiros e apresentar ideias com clareza”, frisou-se no documento.

Por outro lado, é pretendido que desenvolvam ‘soft skills’, como a “integridade, criação de redes de contatos, resiliência perante dificuldades persistentes, resolução de conflitos e trabalho em equipa”.

“Fora das sessões, existirão encontros semanais na sede da USEPHA no Dundo, onde aprofundarão conhecimentos complementares fundamentais, como ferramentas informáticas e utilização estratégica das redes sociais”, segundo o comunicado, em que se explica que a ONG foi fundada por um doutorando do Iscte, o angolano Adolfo Caiji Cabeia.

O projeto é financiado pela instituição de gestão portuguesa “no contexto do orçamento das iniciativas estratégicas da escola, e o patrocínio de alguns dos parceiros angolanos”, concluiu-se.

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