80% das empresas que querem atingir metas climáticas incluem remuneração dos executivos nos objetivos

A remuneração dos executivos, a fixação de preços de carbono, os planos de transição climática e o envolvimento com os fornecedores foram identificados como fatores para as empresas que querem alcançar o maior progresso nas metas climáticas, revela novo relatório.

8 em cada 10 empresas que estão no caminho para atingir as suas metas climáticas vinculam agora a remuneração dos executivos ao cumprimento desses objetivos, de acordo com o CDP Corporate Health Check. O relatório, realizado em colaboração com o Fórum Económico Mundial e a Oliver Wyman, avalia como as maiores empresas do mundo estão a responder às crescentes crises climáticas.

Os indicadores do CDP Corporate Health Check foram desenvolvidos como parte da publicação State of Nature and Climate do Fórum Económico Mundial, que compara os dados mais recentes sobre a saúde do Planeta com dados sobre a ação corporativa, em parceria com o CDP e o Potsdam Institute of Climate Impact Research (PIK).

Quase dois terços (64%) das empresas que estão no caminho certo para cumprir as suas metas de emissões já têm planos de transição climática, em comparação com apenas 36% das empresas que estão a ficar para trás. Cerca de 78% das empresas líderes vinculam a remuneração a nível executivo ao desempenho climático (vs. 48%); 41% aplicam um preço interno ao carbono (vs. 20%); e quase 9 em cada 10 (87%) trabalham com fornecedores e clientes em tópicos climáticos ao longo de toda a cadeia de valor.

O relatório ilustra um desfasamento entre as empresas que cumprem o mínimo e aquelas que utilizam ativamente os seus dados de divulgação para tomar decisões favoráveis ao planeta na sua estratégia corporativa. Embora quase 50% das empresas globais avaliadas já divulguem os seus dados principais de emissões e realizem ações como avaliações de risco climático, apenas 10% demonstraram uma ambição significativa em todas as áreas ambientais chave analisadas.

Estas incluem, a divulgação das emissões de toda a cadeia de valor (Scope 1-3) e impactos na natureza, o estabelecimento de metas ambientais significativas, a implementação de uma governança e estratégias de sustentabilidade robustas, e o progresso tangível em relação aos objetivos ambientais.

Apenas 1% das empresas alcançou o nível mais elevado no CDP Corporate Health Check, indicando que utilizam simultaneamente as quatro alavancas identificadas para a mudança; tratam os temas climáticos e ambientais de forma integrada e utilizam esses dados para decisões empresariais e de investimento.

 

Fonte: Oliver Wyman

Fonte: Oliver Wyman

“Este relatório destaca o progresso importante do setor corporativo nos últimos anos, mas também a grande lacuna em ambição e resultados que persiste. O aumento acentuado nas divulgações, especialmente nos EUA e na Ásia, reflete o crescimento contínuo do foco em tópicos ambientais por parte das empresas em todo o mundo, apesar das dificuldades. Há indícios de que isso está a começar a traduzir-se em resultados e reduções de emissões. No entanto, embora algumas organizações estejam a fazer progressos, muitas ficam aquém, especialmente na transição da divulgação para a ação”, afirma James Davis, Partner e Co-Head of Climate and Sustainability na Oliver Wyman Europa.

“A nossa análise mostra que as estratégias mais eficazes para alcançar resultados incluem a implementação de planos de transição, definição do custo de carbono, envolvimento na cadeia de valor e a vinculação da remuneração dos executivos aos objetivos climáticos. Também mostra que a liderança em sustentabilidade pode andar de mãos dadas com um forte desempenho financeiro, desde que exista um enquadramento económico e político de apoio”, acrescenta.

Fonte: Oliver Wyman

Fonte: Oliver Wyman

“A análise do CDP Corporate Health Check sublinha a realidade de que, embora exista um impulso positivo no setor empresarial, este não é proporcional aos riscos e consequências crescentes da emergência climática e ambiental. As empresas precisam de aproveitar ainda mais o poder dos dados, da tecnologia e de parcerias inovadoras para transformar crises em oportunidades para as pessoas, o planeta e a prosperidade”, sublinha Gim Huay Neo, diretora-geral do Fórum Económico Mundial.

 

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