Opinião

5 mitos que impedem as pessoas de começar o seu próprio negócio

Paulo Andrez, business angel e autor do livro Startup Risco Zero

Muitas pessoas pensam em como seria fantástico ter o seu próprio negócio, com a promessa de liberdade e independência financeira que isso traz.

No entanto, muitos dos que aspiram a ser empreendedores acabam por não tomar nenhuma ação para concretizar essa ideia; são os chamados wantrepreneurs. Todas as semanas, falo com muitas pessoas talentosas que não lançam um negócio simplesmente porque certos mitos sobre o empreendedorismo os impedem de avançar.

Aqui estão os cinco mitos mais comuns que encontro em conversas com aspirantes a empreendedores, juntamente com as minhas respostas a cada um deles:

Mito 1: Começar um negócio é muito arriscado!

E se pudessem começar um negócio sem dinheiro ou com muito pouco risco financeiro? Não é ficção científica. Existem várias formas de iniciar um negócio sem assumir grandes riscos, algo que discuto no meu livro “Startup Risco Zero”, editado pela Bertrand em Portugal e editado pela Forbes nos EUA. Quando aprenderem a dominar e mitigar os principais riscos, começar um negócio deixará de parecer algo tão arriscado.

Mito 2: Não posso começar um negócio porque já tenho um emprego seguro!

A má notícia é que não existem empregos seguros. A boa notícia é que nada os impede de lançar um negócio enquanto continuam empregados. Quando falo com wantrepreneurs que têm receio de abandonar os seus empregos, costumo perguntar: Se amanhã recebessem uma encomenda de 1 milhão de euros de um cliente fiável, deixariam o emprego? Em 99% dos casos, respondem afirmativamente. O meu conselho é: comecem a procurar clientes que façam uma encomenda suficientemente atraente para os motivarem a sair do emprego.

Mito 3: Preciso de uma ideia revolucionária para começar um negócio!

Através de incubadoras e aceleradoras, muitos wantrepreneurs acreditam que, para um novo negócio ter sucesso, precisa ser extremamente inovador e “fora da caixa”. Por isso, muitos desistem, considerando as suas ideias demasiado tradicionais. No entanto, milhões de empreendedores bem-sucedidos surgem em setores tradicionais. O que realmente importa é se o empreendedor está a resolver um problema pelo qual existem clientes dispostos a pagar.

Mito 4: Subsídios a fundo perdido são a prioridade!

Empreendedores que dependem exclusivamente de subsídios são especialmente comuns na Europa. Vi milhares desses “grantpreneurs” que não iniciam um negócio a menos que recebam dinheiro grátis de agências governamentais. Muitas dessas agências incentivam este comportamento, talvez para justificar a sua própria existência. Isto cria o mito de que os subsídios são a forma ideal de iniciar um negócio. No entanto, os subsídios não são garantidos, frequentemente demoram anos a ser obtidos, vêm muitas vezes com condições e não são uma solução permanente, tornando-os insustentáveis a longo prazo.

Mito 5: Grandes ideias são suficientes para atrair investimento!

Frases como estas incentivam os empreendedores a focarem-se apenas em encontrar investidores, em vez de procurar clientes potenciais ou resolver outros riscos críticos. Se todas as grandes ideias fossem automaticamente financiadas por investidores sem considerar a execução, todos passariam o dia a gerar ideias e a ganhar dinheiro no final do dia. É essencial que todos os intervenientes no ecossistema de inovação transmitam as mensagens corretas aos potenciais empreendedores. Caso contrário, continuaremos a ver a maioria dos wantrepreneurs nem sequer a tentar começar um negócio.

 


Paulo Andrez, autor do livro “Zero Risk Startup: The Ultimate Entrepreneur’s Guide to Mitigating Risks When Starting or Growing a Business”, número um de vendas e best-seller na Amazon nos EUA e autor da versão portuguesa Startup Risco Zero, editado pela Bertrand, é um empreendedor em série que começou o seu primeiro negócio aos 18 anos. É um business angel experiente, tendo fundado e investido pessoalmente em mais de 50 empresas e, através de fundos de capital de risco, investido em mais de 200 empresas. Fez parte do núcleo duro da Novabase aquando da entrada em bolsa no ano de 2000. Desde 2005, tem aconselhado milhares de pessoas em todo o mundo sobre temas relacionados com empreendedorismo. Governos de vários países também beneficiaram do seu conhecimento, incluindo a Estónia, Macedónia do Norte, Paraguai, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Turquia. Paulo Andrez formou-se como engenheiro informático na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, e possui também um MBA pela mesma universidade.

 

Comentários

Artigos Relacionados