Opinião

5 erros que as start-ups não devem cometer nas redes sociais

Carolina Afonso, professora no ISEG

É nas redes sociais que as empresas e as marcas estão agora dispostas a fazer tudo em troca de um novo cliente – diga-se, fã ou seguidor -, já que têm o espaço e as ferramentas adequadas para o fazer.

As redes sociais vieram revolucionar o marketing e a gestão, proporcionando às start-ups um novo canal de interação com o seu público-alvo e também uma poderosa ferramenta de auscultação do mercado, dos stakeholders e em especial dos seus clientes em tempo real.

Carolina Afonso, professora auxiliar convidada e coordenadora executiva da Pós-Graduação em Marketing Digital do Instituto Superior de Economia e Gestão, aponta os cinco erros que as start-ups não devem cometer nas plataformas digitais, de forma a tirarem o seu maior proveito.

1. Ir para as redes sociais sem estratégia
Criar uma conta no Facebook ou no Instagram só porque todas as empresas têm e sem criar uma estratégia pode revelar-se um erro fatal. Escolher as redes sociais em que se quer estar presente é outro desafio e implica definir-se qual o nosso target, quais os nossos objetivos, qual a mensagem que queremos passar e o tipo de controlo que pretendemos ter com a mensagem a passar.

2. Não “ouvir” os clientes e concorrência
Antes da definição dos objetivos, escolha do mix de redes sociais, da publicação de conteúdos, de anunciar nas redes e medir o retorno do investimentos, é necessário perceber o que o público-alvo diz sobre a marca, como anda a concorrência, quem são os influenciadores na área de negócio em que a start-up atua. Algumas ferramentas disponíveis online como o Likealyzer, TweetReach, Social Mention, Mention, Klout, Iconosquare, Digimind, entre outras, permitem tirar alguns insights.

3. Ausência de objetivos definidos
Ter os objetivos bem definidos, de forma quantificável e mensurável é essencial. Não vale a pena perder tempo elaborando uma lista infindável de objetivos irrealistas face ao tempo para executá-los. Comece por objetivos bem definidos e faseados. Por exemplo, numa primeira fase, o seu objetivo poderá ser o de aumentar a notoriedade da marca e, para tal, todos os seus esforços devem convergir neste sentido.

4. Não existir uma estratégia de conteúdo e storytelling
Diversas técnicas são aconselhadas, como a estratégia de conteúdo e storytelling, sendo que o objetivo principal é criar conexões, vínculos, despertar emoções e fomentar um relacionamento duradouro com o consumidor, e amplificar o diálogo gerado. Deverá ter também em atenção aspetos como o tom, a linguagem, a calendarização de toda a comunicação e a mensagem.

5. Descurar métricas e análise de dados
As redes sociais, pela sua natureza, permitem-nos obter insights bastante relevantes. No entanto, estes estão muitas vezes fragmentados. Para uma monitorização eficaz, é recomendável criar uma lista de palavras-chave relacionadas com o seu público-alvo e com a área de negócio em que atua. Numa fase seguinte, é útil criar categorias para organizar menções e assim facilitar a sua interpretação e perceber o que as pessoas estão a dizer sobre a sua marca e sobre a sua concorrência. É importante também prestar atenção à análise de sentimento. Mais do que a quantidade de vezes que a marca é referida, é necessário perceber o tom em que tal acontece.

Carolina Afonso é professora auxiliar convidada e coordenadora executiva da Pós-Graduação em Marketing Digital do ISEG. É doutorada em Marketing pela Universidad Complutense de Madrid e mestre em Marketing pelo ISEG.

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