46% dos profissionais em Portugal considera mudar de emprego este ano

33% dos colaboradores em Portugal sente-se desvalorizado. Bem-estar, equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e segurança financeira são fatores que pesam na decisão de mudar de emprego, segundo estudo da Aon.
46% dos colaboradores nacionais está à procura de novas oportunidades profissionais ou considera mudar de emprego nos próximos 12 meses. Globalmente, esta percentagem é superior, alcançando 60%, evidenciando um mercado de trabalho altamente volátil e competitivo. A conclusão é do Employee Sentiment Study 2025, um estudo da Aon, que fornece insights sobre o que os colaboradores valorizam no mercado de trabalho,
Segundo o estudo, em Portugal 33% dos colaboradores sente-se desvalorizado, com mais 20 pontos percentuais quando comparado com os resultados globais (13%). E mais do que a insatisfação com as condições atuais, este dado reflete uma mudança nas prioridades dos profissionais, com a retenção de talento a ser um dos grandes desafios para as organizações.
O bem-estar tem vindo a revelar-se uma prioridade nas expectativas dos colaboradores em Portugal, com 58% dos profissionais a afirmar que as empresas devem desempenhar um papel mais ativo no apoio ao bem-estar através de beneficíos adaptados às necessidades, distanciando-se da análise a nível global que regista 49%.
Também o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é outro dos fatores mais valorizado pelos colaboradores em Portugal, com o estudo a revelar que 39% espera apoio da empresa no cuidado à parentalidade e que 38% procura benefícios para a assistência a familiares idosos.
Outro fator a destacar é a segurança financeira, a curto prazo, com cerca de 42% dos inquiridos em Portugal a acreditar que as organizações devem fornecer educação financeira, ajudando os colaboradores a gerir melhor os seus rendimentos e a planear o futuro. Por sua vez, quando este fator é analisado a longo prazo, 51% dos profissionais afirma que consideraria investir em opções de poupança sustentáveis para a reforma, desde que o retorno financeiro seja semelhante às alternativas convencionais.
Ainda de acordo com o estudo, as organizações em Portugal enfrentam uma realidade desafiante no que diz respeito à atração de talento, que exige uma abordagem estratégica de gestão de talento. Face aos resultados analisados destaca-se a necessidade de maior transparência e equidade salarial, com o facto de a falta de confiança na igualdade salarial por género em Portugal (26%) ser mais acentuada do que globalmente (18%).
“A retenção de talento em Portugal está cada vez mais dependente da capacidade das organizações de responderem às expectativas dos colaboradores. Importa pois assegurar flexibilidade nos benefícios, transparência salarial e investimento em desenvolvimento de competências, consideradas essenciais para assegurar a motivação e o compromisso das equipas”, afirma Inês Almeida, Advisory Regional Consultant da Aon Portugal.
A responsável refere ainda que “é importante que as organizações adotem estratégias como um todo a longo prazo, uma vez que a atração e retenção de talento é uma das principais prioridade para as organizações. E as que conseguirem alinhar a sua oferta com as expectativas dos colaboradores terão maior sucesso na captação e fidelização de talento no futuro.
O Employee Sentiment Study 2025 foi realizado em 23 países, no qual participaram 9.202 colaboradores de diferentes setores e níveis hierárquicos, com o objetivo de fornecer insights estratégicos às organizações sobre o que os colaboradores valorizam e como atrair e reter talento.