4 tendências na transformação no mundo do trabalho, segundo relatório.

O estudo “21 tendências para 2021: transformar o talento e o futuro do trabalho”, identifica as 4 principais tendências a que as empresas devem estar atentas na gestão e desenvolvimento futuro das estratégias de talento.

A ManPower Group divulgou esta semana o estudo “21 tendências para 2021: transformar o talento e o futuro do trabalho”, numa altura em que, devido à pandemia, são muitos os desafios das empresas e do futuro do trabalho. A análise encontrou quatro tendências.

Transformação demográfica
A Covid-19 provocou uma transformação no mundo do trabalho. Atualmente, verifica-se um aumento na procura de competências técnicas e tecnológicas, mas também de human skills como a criatividade, colaboração e liderança. Pelo contrário, as áreas administrativas, de retalho ou turismo viram a sua procura diminuir drasticamente. Com este contexto, as empresas devem repensar os modelos tradicionais de atração, de desenvolvimento e requalificação dos seus colaboradores, apostando na capacitação do seu talento interno com as competências para desempenhar novas funções que surgirão na sequência da transformação digital.

Observa-se igualmente uma polarização crescente na sociedade e, desta forma, as empresas devem assumir o seu papel como atores de mudança e tomar uma posição clara face às questões sociais globais, às mudanças climáticas ou a inclusão.

No que toca à paridade nas empresas, outro dos desafios desta fase pós-pandemia é o chamado fenómeno de “she-cession”: no último ano, as mulheres não só assumiram mais tarefas em casa, como também foram mais impactadas a nível económico. Para inverter a situação, as organizações serão pressionadas a ter mais flexibilidade, o que representa um esforço de reequilíbrio entre responsabilidades familiares e profissionais, mas também estratégias focadas no desenvolvimento das carreiras das suas colaboradoras.

Escolhas individuais
A relação empresa/empregado também está a mudar. Se por um lado, os profissionais têm de assumir uma maior autonomia na gestão das carreiras, também os empregadores têm mais responsabilidades no que respeita às suas equipas. Aqui inserem-se as preocupações com a saúde e segurança, o desenvolvimento de competências, assim como com a flexibilidade e o equilíbrio entre vida pessoal e familiar, hoje prioridades tanto para os colaboradores como para as organizações.

O estudo realça também que não há uma solução única quanto aos modelos de trabalho a adotar: remoto, híbrido ou presencial. Nesse sentido, as áreas de recursos humanos devem poder encontrar o melhor equilíbrio, tanto para indivíduos como para organizações. Daqui, poderá resultar uma solução híbrida, com a utilização do trabalho remoto em momentos de concentração e foco, combinado com a presença nos locais de trabalho, para fomentar a colaboração, trabalho em equipa e criatividade.

Neste contexto, os trabalhadores esperam ter ao seu dispor formas de interagir com a equipa em qualquer lugar e hora, mas também uma entidade empregadora que seja flexível e que os ajude a desligar e desconectar.

Revolução tecnológica
Hoje, as empresas devem ser cada vez mais tecnológicas para serem capazes de competir e criar mais valor. De acordo com o Fórum Económico Mundial em 2025, o tempo de trabalho realizado por humanos e máquinas será o mesmo, e embora o estudo preveja que algumas funções se tornem obsoletas, também serão geradas novas oportunidades – os empregos do futuro.

Para os trabalhadores isso significa a necessidade de apostar no desenvolvimento da sua capacidade de aprendizagem, ao longo da vida profissional, num mundo do trabalho com ciclos de renovação de competências cada vez mais acelerados.

Esta nova realidade implicará mudanças na formação dos novos profissionais, o que dará maior protagonismo ao ensino on-demand, às micro-certificações, ao ensino virtual e ao “cloud coaching”, para ajudar a desenvolver e aumentar a base de talento das empresas.

Sofisticação das empresas
O estudo revela a forma como a atração, o desenvolvimento e a retenção de colaboradores estão mais sofisticadas à medida que as capacidades digitais se expandem. A gestão de talento está cada vez mais orientada para a tecnologia, o que demonstra uma adaptação mais rápida às tendências globais.

Neste sentido, as organizações que tenham uma mentalidade digital com capacidade para avaliar e tomar rapidamente decisões perspicazes sobre a sua força de trabalho, terão mais probabilidades não só de sobreviver à crise, mas também de prosperar. Os assessments, combinados com dados e analítica, ganham cada vez maior relevância, ao oferecerem insights que suportam as decisões de gestão de talento e reduzem os custos de atração, alinhando as capacidades e potencial dos candidatos com as necessidades da empresa.

Além de tecnologia e de soluções resilientes, a resposta das empresas exigirá novos desafios para as lideranças, que deverão ser empáticas, dotadas de agilidade digital e de uma elevada consciência e compromisso social.

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